clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 14/04/2011 08h32min

Somente perícia dirá a causa da explosão no hotel em Blumenau

Técnicos também avaliarão se havia algo que pudesse ter impedido o acidente

Um dia depois da explosão no Hotel Plaza Blumenau, as causas do acidente despertaram mais perguntas do que certezas. Foi falta de fiscalização ou falha no equipamento? Teria sido evitada com mais vistorias ou houve falha humana? Por enquanto, a possibilidade mais provável é a de falha no termostato, que controlava a temperatura da água dentro do boiler.

Segundo o engenheiro mecânico responsável pela vistoria da caldeira, Fred Ralf Otte, a peça não funcionou provavelmente por um curto-circuito. Com a falha, o equipamento não desligou ao atingir 60 °C, como estava programado. Isso fez com que a pressão do vapor criado dentro do espaço explodisse o boiler, aparelho responsável pelo aquecimento da água do hotel, que não tinha válvula de escape para o vapor.

Quarta-feira pela manhã, depois de escoradas as paredes e de não haver risco de desabamento, o major do Corpo de Bombeiros Luiz Henrique Kirch recolheu o termostato. A peça será encaminhada para análise, que mostrará se estava ou não funcionando. Não há previsão de quando a avaliação será concluída.

- A princípio, esta parece ser a única possibilidade de ter causado a explosão - afirma.

No hotel, o boiler funcionava a vapor das 6h às 22h e a eletricidade no restante do período. Quando acionado para trabalhar com energia elétrica, uma resistência fazia o aquecimento da água e um termostato controlava a temperatura. Ao atingir os 60 °C, ele desligaria e o aquecimento da água seria suspenso.

É como em um forno elétrico que, programado para assar um alimento a 100 °C, se desliga ao atingir esta temperatura. Quando a temperatura cai, ele religa e voltar a trabalhar para chegar à temperatura desejada.

Conforme Crea, fiscalização do equipamento estava em dia

O auditor fiscal do Ministério do Trabalho em Blumenau, José Carlos Scharmach, diz que a fiscalização de caldeiras é importante, mas o acidente teria ocorrido do mesmo jeito caso a falha fosse de fabricação. Ele explica que somente uma avaliação completa do equipamento pode apontar o que realmente ocorreu.

- É difícil constatar. A peça poderia estar instalada de forma errada ou ter um defeito de fabricação. Há inúmeras possibilidades que podemos levantar para a explosão - argumentou Scharmach.

O engenheiro mecânico da rio-sulense H. Bremer Caldeiras, Horst Georg, aponta que o boiler não faz parte diretamente da caldeira e que, por isso, não há critérios de fiscalização anual do equipamento, segundo a Norma Regulamentadora nº 13 (NR13) do Ministério do Trabalho. Uma vistoria a cada dois ou três anos seria o suficiente. Quanto ao termostato, ele explica:

- Não dá para saber, mas podemos levantar a suspeita de que alguém poderia ter mexido na temperatura e programado para mais. Uma sobrecarga também poderia ter resultado na falha dele.

Diretor do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia em Blumenau (Crea), Elgson Cesar Lorenzetti alega que a vistoria do órgão estava em dia. Para ele, uma série de possibilidades pode ter motivado a explosão:

- Nem sempre numa inspeção visual pode-se ver tudo. Pode ter havido a fadiga do termostato. Qualquer equipamento é suscetível a falha. Assim como uma televisão ou computador podem entrar em curto-circuito.

JORNAL DE SANTA CATARINA

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.