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 | 24/08/2005 14h24min

Delegação quer responsáveis pela morte de brasileiro em Londres

Jovem levou oito tiros ao ser confundido com suposto terrorista

A delegação do governo brasileiro enviada a Londres para esclarecer a morte de Jean Charles de Menezes garantiu hoje que alguém deveria ser considerado culpado no final da investigação. Foi isso que Manoel Gomes Pereira, o alto funcionário que lidera a comitiva, disse em entrevista coletiva na Embaixada do Brasil para comentar as reuniões mantidas hoje com a Procuradoria britânica e a comissão independente que investiga o fato.

– Acreditamos que chegamos a uma situação em que o governo do Brasil merece algumas respostas – disse Pereira, diretor do Departamento de Brasileiros Residentes no Exterior, dependente do Ministério de Assuntos Exteriores.

O representante do governo brasileiro também disse que ainda continua pendente a questão da indenização a família de Jean Charles, que "é muito pobre".

– Sabemos que o governo britânico ofereceu algum tipo de compensação, o que não impede que a família possa processar o Governo – apontou Pereira.

Jean Charles, de 27 anos e eletricista de profissão, morreu em 22 de julho na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, em conseqüência dos oito tiros disparados por agentes da polícia.

Segundo Pereira, as duas reuniões de hoje foram "boas" e serviram à comitiva para obter informação sobre os "passos seguintes" da investigação aberta pela Comissão Independiente de Queixas Contra a Polícia (IPCC) para esclarecer o fato.

Sobre o encontro com a IPCC, o alto funcionário declarou que a Comissão está ainda tentando recopilar informação sobre o tiroteio. O presidente da IPCC, Nick Hardwick, mostrou-se hoje confiante em obter todas as fitas de vídeo das câmaras que supostamente filmaram a morte de Jean Charles na estação de Stockwell.

Hardwick afirmou que não acredita que a polícia tenha escondido alguma informação sobre a investigação do caso, embora "tenhamos que esperar que tudo isto seja verificado de forma independente". As fitas de vídeo podem ser cruciais para a investigação da IPCC, já que esclareceriam algumas das contradições que surgiram nos últimos dias.

Enquanto a polícia garantiu que as câmaras da estação não funcionavam na manhã em que Menezes foi atingido pelos agentes, empregados do metrô disseram que os aparelhos dispostos na plataforma de estação não apresentavam nenhum problema.

Menezes foi baleado após ser confundido com um dos supostos terroristas suicidas que em 21 de julho cometeram os atentados fracassados contra três trens do metrô e um ônibus urbano de Londres.

AGÊNCIA EFE
 

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