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 | 29/01/2004 15h37min

Dólar dispara e bolsa despenca em reação à ata do Copom

Risco-país voltou a subir, aproximando-se dos 500 pontos

Nesta quinta, dia 29, o mercado financeiro brasileiro enfrentou o primeiro abalo considerável desde o início do governo Lula. O dólar comercial fechou a manhã com uma alta de 1,38%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentou uma queda de mais de 6% e os juros futuros subiram, num cenário que elevou o risco-país a um patamar próximo aos 500 pontos, depois de sucessivas quedas.

A moeda norte-americana foi puxada por investidores que procuram garantir rentabilidade maior no resgate da dívida cambial de US$ 2,521 blhões da próxima segunda. Além disso, a compra de dólares feita pelo BC no final da manhã trouxe pressão extra sobre as cotações.

O mercado também se ressentiu com a revisão da perspectiva de juros no Brasil e nos Estados Unidos, fazendo com que os ativos nacionais se desvalorizassem. Na quarta, o Federal Reserve indicou que os juros norte-americanos podem subir antes do que o mercado esperava. Nesta quinta, o Comitê de Política Monetária do Banco Central afirmou que a recente alta da inflação no Brasil pode não ser tão passageira como o mercado esperava, o que levantou preocupações sobre o rumo dos juros também no país.

– É uma reação negativa à ata do Copom. O mercado ficou surpreso com o conservadorismo do Banco Central – comentou Luciano Tavares, gestor de renda variável da Perimeter Asset Management.

– Se os juros se mantiverem nesse patamar, nos próximos três a seis meses o fluxo de renda fixa para variável vai diminuir – acrescentou. – Além disso, o mercado estava muito esticado, precisava dar uma realizada – concluiu.

Por conta dessa possibilidade, o Banco Central optou por interromper a trajetória de queda da taxa Selic, na semana passada. Como resposta à ata, as taxas de juros negociadas no mercado futuro voltaram a subir. O Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro, o mais negociado, projeta taxa de 15,84% ao ano, bem acima dos 15,47% do fechamento de quarta.

As ações negociadas na Bovespa e os títulos da dívida externa brasileira foram os que mais sentiram a possibilidade de alta dos juros nos Estados Unidos. O C-Bond caiu abaixo dos 100% do seu valor de face, ajudando a puxar o risco-país para cima.

Com informações da agência Reuters.

 

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