A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava forte baixa nesta quinta, dia 29, contaminada pelas preocupações expresssas na ata do Copom quanto ao rumo da inflação no curto prazo. O Ibovespa cedia 3,05%, a 23.123 pontos. Segundo operadores, criou-se a expectativa de que, pelo menos neste trimestre, dificilmente novo corte na taxa básica de juros (Selic) ocorra novamente. Hoje, ela está em 16,5%.

– A ata do Copom veio muito negativa e mostra que as perspectivas de médio prazo não são boas – afirmou o gerente de fundos do Banco Prosper, Gustravo Alcântara.

Pesam ainda aos comentários feitos pelo banco central norte-americano (Fed) nesta quarta, que foram interpretados pelo mercado como um sinal de que os juros nos Estados Unidos possam subir antes do esperado.

O pessimismo também atingiu os papéis do governo brasileiro. O risco Brasil tinha forte alta pela manhã, superando os 470 pontos-básicos. Quanto maior a taxa de juros na maior economia do mundo, menos atraentes se tornam os títulos da dívida de países emergentes, base para o cálculo do risco-país.

Às 11h50min, o risco Brasil subia 31 pontos, para 474 pontos-básicos acima dos Treasuries, de acordo com o índice EMBI+ do banco JP Morgan. O Global 40, um dos títulos mais líquidos da dívida externa brasileira, tinha forte queda de 1,9%, para 110,25% do valor de face.

As informações são da agência Reuters.