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 | 10/02/2007 09h42min

Lula diz que não será árbitro de disputas internas no PT

Proposta de refundação da legenda gerou polêmica nessa semana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem na Bahia que não será o fiel da balança nas disputas internas do PT e disse esperar maturidade do partido, no encontro do Diretório Nacional, que prossegue neste sábado. Durante a semana, o partido viveu um acirramento da relação conflituosa entre o Campo Majoritário – que controla o partido há 12 anos – e líderes de outras tendências, como o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que defendem a chamada “refundação” do PT e uma redistribuição interna de poder.

Lula negou que pretenda ter o papel de árbitro nessa disputa:

– Não, porque não precisa ter fiel da balança. O Brasil, o PT tem maturidade suficiente. Afinal de contas, o PT completa 27 anos de idade. Essas brigas acontecem todo ano, em todo encontro, em toda convenção. É um partido democrático, que tem grupos que apresentam suas teses. Essas teses são debatidas. No final, vai ter um documento, e o documento será o documento do bom senso, o documento do possível, o documento da maturidade — afirmou.

O presidente disse ainda que, em meio a tantas disputas, o PT gosta de dar tiros no próprio pé.

– Nós (o PT) não sabemos levantar a metralhadora para apontar para os inimigos e terminamos dando vários tiros no pé. Parece que não gostamos dos nossos pés.

Lula, no entanto, acabou conseguindo uma trégua. Assuntos mais polêmicos e que vêm dividindo o partido – como a proposta de “refundação” da legenda, defendida pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e a anistia para o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu – não serão discutidos no encontro de Salvador. Também não serão abordados no documento. Essas discussões ficaram para o III Congresso Nacional do partido, marcado para junho.

Apesar dos pedidos de Lula para que a reunião do diretório nacional do PT fosse apenas festiva, o partido deve aprovar uma resolução política na qual critica a última decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) de reduzir em apenas 0,25% a taxa básica de juros. Sem citar Meirelles nominalmente, o documento vai pedir que a equipe econômica esteja alinhada com o programa do PT e, especificamente, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O responsável pela redação é o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP), que procurou poupar Meirelles, fazendo críticas pontuais e mostrando apenas apreensão com o câmbio e os juros,

O texto que deverá ser aprovado hoje foi discutido previamente pela comissão política do PT, da qual participam todas as correntes com assento na executiva nacional, e deve ser aprovado por consenso. A idéia é colocar o PAC no centro do debate, como um fator de união do partido, e cobrar uma política econômica condizente com as metas do programa.

Lula, que já estava na Bahia desde o início do dia ontem, participou do jantar de aniversário de fundação do PT. Antes, o presidente participou da cerimônia de lançamento da campanha contra exploração sexual de crianças e adolescentes e da assinatura de convênio entre o governo da Bahia e o Ministério dos Transportes para a elaboração de projetos para a construção da Via Expressa Portuária.

Neste sábado, Lula vai continuar na Bahia e deve almoçar com todos os governadores petistas (Bahia, Sergipe, Acre, Piauí e Pará) que estão em Salvador para a reunião do Diretório Nacional do PT. À noite, haverá uma grande festa popular para festejar os 27 anos do partido, com direito a shows, comida e bebida.

AGÊNCIA O GLOBO
 

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