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 | 09/02/2007 10h35min

PT comemora 27 anos em Salvador com homenagem a Dirceu

Campanha pela anistia de deputado cassado tem início

Palco de uma das maiores vitórias eleitorais do PT nos últimos anos, Salvador abriga hoje e amanhã a festa em comemoração aos 27 anos do partido, com direito à presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma homenagem ao deputado cassado José Dirceu (PT-SP), que busca anistia, marcou a abertura do encontro, ontem à noite.

A campanha pela recuperação dos direitos políticos do ex-ministro foi lançada, ainda que de forma velada, em um ato organizado pela ala da Juventude Petista, ligada ao chamado Campo Majoritário, corrente que comanda o PT há mais de 12 anos sob a batuta de Dirceu. Criticada como inoportuna por vários setores do partido, a campanha pela anistia deve permear o encontro, embora não faça parte da programação oficial.

Afastado da direção nacional do PT, Dirceu está cada vez mais ativo dentro da legenda. Ele prega a organização do partido para se manter no governo além do segundo mandato de Lula.

- Oito anos é muito pouco tempo para fazermos a transformação necessária. O Lula é maioria no país, mas o PT ainda não é -, discursou Dirceu.

Ao contrário do ano passado, quando o PT, em plena crise do mensalão, optou por uma comemoração franciscana, o aniversário deste ano será celebrado em grande estilo, com direito a hotel cinco estrelas, show do Ilê Ayê e festa para cinco mil pessoas em um dos mais badalados espaços da capital baiana.

Nos debates internos, porém, o clima de carnaval dará lugar ao de guerra. Um grupo de mais de 200 petistas, entre eles três governadores, quer aproveitar o momento para iniciar um movimento de redivisão interna de poder e revisão das práticas que levaram o partido às suas maiores vitórias, mas também às piores crises.

O objetivo do chamado grupo refundacionista, agrupado em torno do documento "Mensagem ao Partido", é dividir o Campo Majoritário. Redigido inicialmente pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, o documento incorporou sugestões e alterações de nomes históricos no partido, muitos deles ligados ao Campo Majoritário, mas descontentes com os rumos e os métodos de direção do partido.

A ausência de muitos líderes do Campo Majoritário na última reunião da corrente, em São Roque, é interpretada como um sinal de enfraquecimento da tendência hegemônica. No entanto, nomes importantes do PT que têm demonstrado insatisfação com os métodos da direção, como o anfitrião da festa, o governador da Bahia, Jaques Wagner, o ex-governador do Acre Jorge Viana, o ministro do Combate à Fome, Patrus Ananias, e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, se mostraram reticentes em assinar o texto.

AGÊNCIA GLOBO
 

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