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 | 15/12/2006 11h45min

Festas de final de ano animam produtores de aves no RS

Associação gaúcha de Avicultura prevê aumento de 10% nas vendas de aves

Aftosa, gripe das aves, Newcastle: os produtores de suínos e aves tiveram um 2006 agitado por problemas com a sanidade animal que, mesmo de forma indireta, afetaram o setor e causaram prejuízos. No caso das aves, a superprodução que lotou frigoríficos também mexeu com o preço: para manter a liquidez, as granjas acabaram vendendo lotes por preços muito abaixo do esperado. Para o criador, que fica na base da cadeia produtiva, só o espírito natalino e do novo ano podem trazer esperança de recuperação no setor.

Mesmo o aumento de consumo estimado em 10% para o fim do ano não será o suficiente para que a avicultura recupere os prejuízos do ano. O presidente em exercício da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Luiz Fernando Ross, atribui a crise aos problemas com sanidade e ao excesso de produção:

- Tivemos um ano muito difícil, com a queda expressiva de preços e o corte nas exportações. O mercado só começou a reagir a partir de setembro.

O aumento de vendas visando às festas natalinas vem como uma espécie de bônus para o setor, mas Ross acredita que a redenção só ocorrerá se for mantida a exportação. Até agora já houve crescimento de 15% nas vendas externas para os frigoríficos gaúchos, e a Asgav estima que em 2007 ocorra mais um incremento de 5% em relação a 2006. O setor que emprega diretamente 40 mil pessoas no Rio Grande do Sul e tem mais de 9 mil famílias de produtores em sistema de integração com frigoríficos, deverá fechar 2006 com a participação de 4,5% no Produto Interno Bruto do Estado.

Se para quem investiu em aves de corte o ano foi de aviários vazios, quem buscou novas alternativas no setor se deu bem. No norte do Estado, o produtor Otávio Trzeczinski optou pelas raças caipiras, que se tornaram diferenciais durante todo o ano pelo maior valor de mercado. E agora, com as festas de fim de ano, o produto especializado e qualificado, é um presente de Papai Noel para a família do agricultor. Enquanto o frango de corte tradicional é vendido por cerca de R$ 1,90 o quilo, o caipira vale R$ 3,50 o quilo na gôndola.

O termo polonês kurczak zdrowy (frango saudável) impresso nas embalagens do frango que abastece quatro mercados na cidade de Áurea, onde a família reside, expressa a forma como as aves são criadas. Na propriedade são seis piquetes e quatro cabanas móveis, onde lotes de 250 aves cada fazem um sistema rotativo. Os frangos se alimentam de pasto e ração feita no próprio local, sem o uso de antibióticos normalmente utilizados para promover o crescimento das aves.

A cada mês, um lote novo é recebido e outro é terminado, deixando dois piquetes em quarentena. Os frangos são abatidos a cada 90 dias, quando estão no peso médio de 3,2 quilos. E o sabor, é inquestionável, argumenta Otávio.

Com uma carne um pouco mais avermelhada, o frango caipira criado solto compõe uma saborosa ceia. Na propriedade, em Áurea, o produto ficou famoso. Tanto que a família investiu na manutenção de todo o ciclo: compra o pinto, cria os frangos, mantém abate próprio e ainda recebe grupos de toda a região para festas na propriedade, onde o cardápio principal é o frango caipira recheado e assado em forno de tijolos.

O investimento deu tão certo para os Trzeczinski que eles incrementaram a produção para o fim do ano de 250 aves para 400, com o objetivo de atender a crescente demanda.

JULIANA BUBLITZ E MARIELISE FERREIRA/ZERO HORA
 

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