clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

 | 23/11/2006 11h07min

Políticas públicas oneram carne de frango catarinense em 12%

Estudo inédito mostra como o Custo Brasil interfere na competitividade da avicultura

O impacto provocado por tributos, juros, rodovias e portos sobre o frango de corte produzido no Oeste de Santa Catarina é 12% superior ao registrado nos principais países concorrentes do Brasil. A conclusão, divulgada nessa quarta, durante um seminário realizado na Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia, é inédita. Ela
faz parte de um estudo que está sendo feito pelo Embrapa em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Universidade do Contestado (UnC).

– Não há dúvida que esse impacto é muito alto – garantiu Mauro de Rezende Lopes, da FGV.

Essa é a primeira vez que se mostra mais claramente como o Custo Brasil (nome dado ao conjunto de tributos e despesas para se produzir um bem no país) atinge a competitividade da avicultura catarinense, a melhor do país. Desde o ano passado, os pesquisadores da Embrapa, da FGV e da UnC levantam dados para mostrar até que ponto as ações do poder público interferem nos resultados da produção de frango de corte.

– É claro que todos sabem que há uma interferência. Mas, pela primeira vez, será apontado até onde vai essa interferência, tanto as positivas quanto as negativas – explicou Dirceu Talamini, economista da Embrapa Suínos e Aves.

Um exemplo da importância das políticas públicas para um setor da economia vem da Argentina. O Brasil exportava, até 2003, 50 mil toneladas anuais de frango para os argentinos. Mudanças no sistema tributário fizeram com que a Argentina, em poucos anos, não comprasse mais um quilo de frango brasileiro e ainda atingisse exportações anuais de um milhão de toneladas.

É importante, segundo os pesquisadores que participam do projeto "Competitividade Regional e o Efeitos das Políticas Públicas sobre o Desempenho das Cadeias Produtivas de Suínos e Aves no Sul e Centro-Oeste", que os governos percebam como a avicultura de corte paga uma conta que não é sua.

Caso fossem solucionados os problemas relacionados com as políticas públicas, certamente o dinheiro que desaparece para cobrir o Custo Brasil seria distribuído ao longo da cadeia, beneficiando produtores, trabalhadores, empresários e consumidores.

– Não há dúvida que vale a pena o engajamento de lideranças políticas, empresariais, comunitárias e vinculadas aos produtores para abrir um debate com o poder público sobre as questões levantadas pelo estudo que apresentamos – sugeriu Dirceu Talamini.

EMBRAPA

 

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.