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 | 23/11/2006 10h46min

Avicultura gaúcha começa a retomar ritmo de produção

Exportação de frango cresceu 22% em outubro sobre setembro

Contido o temor internacional da gripe das aves, que resultou em crise histórica para o setor avícola no primeiro semestre do ano, começa agora a ganhar ritmo o processo de recuperação da produção e exportação de frangos do Brasil para a Europa, o Oriente Médio e a Ásia.

Conforme a Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), em outubro, o país registrou aumento de 22% nas vendas externas, em relação a setembro. Nos 10 meses do ano, o Brasil exportou 2,19 milhões de toneladas.

A reação positiva também foi sentida no Rio Grande do Sul, com crescimento de 3%. Mesmo assim, o Estado ainda contabiliza déficit de 14% nas vendas externas. Se até outubro de 2005 os gaúchos haviam embarcado 645 mil toneladas de frangos, no mesmo período deste ano o total chega a 552 mil toneladas.

A Avipal é um dos grupos que manifestou alívio diante dos resultados alcançados em julho, agosto e setembro. Balanço divulgado pela companhia aponta, em comparação com o trimestre anterior, aumento de 24% no faturamento. A retomada do consumo no Exterior e a abertura de mercado no Egito permitiram a venda da carne estocada e a conseqüente recuperação de preços.

- Pela primeira vez na história, o brasileiro comeu mais carne de frango do que bovina - informa Eduardo dos Santos, secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).

Hoje, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior exportador brasileiro, atrás do Paraná e de Santa Catarina. De acordo com a Asgav, 70% dos frangos produzidos no Estado são enviados para 140 países.

Campo ainda em crise

Se a indústria divulga bons negócios, o campo ainda amarga prejuízos. Em Nova Bréscia, os 214 avicultores deixaram de alojar dois dos sete lotes que entregam anualmente. E os 27 produtores de Linha Arroio das Pedras Altas foram desvinculados da sua respectiva integradora.

Em Linha São Jacó, em Estrela, o produtor Nilo Blume, 60 anos, calcula que tenha perdido R$ 20 mil por ter deixado de alojar 140 mil aves nos cinco aviários que mantém com a família. Por isso, ficou satisfeito ao ver o mais novo alojamento se encher de pintinhos há duas semanas.

- Foi um susto bem grande que tivemos neste ano. Ainda mais porque investimos R$ 150 mil no novo aviário. Mesmo que agora as coisas estejam se normalizando, ainda penso que o governo deveria ter um fundo para nos ajudar durante essas crises - opina Blume.

- O preço é um incentivo para a gente produzir. Estamos otimistas - afirma.

TAÍS GRÜN/ZERO HORA
 

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