Em sua primeira aparição pública na 6ª edição Fórum Social Mundial, em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, conclamou os países latino-americanos e os movimentos sociais a formarem uma "frente contra o império", representado, no caso, pelos Estados Unidos.

Em um palco montado no Poliedro de Carcas, Chávez foi chamado a discursar pelo monge brasileiro Marcelo Barros, que comandou um dos momentos mais emocionantes do ato. Ele pediu uma oração silenciosa pela humanidade e, em seguida, conclamou os participantes a se abraçarem. Em seguida, foi tocado o Hino da Internacional Socialista.

– Tenho a honra de chamar o guardião, o símbolo, o comandante-em-chefe da revolução bolivariana: Hugo Chávez Frias – disse Barros.

Vestindo camisa vermelha com mangas longas, Chávez iniciou seu discurso às 20h 6min (22h6min em Brasília). Antes de falar, porém, foi recebido por quatro minutos de aplausos.

– Uh, ah, Chávez no se vá – gritaram os ativistas.

No palco com Chávez estavam as principais estrelas do Fórum, a francesa Danielle Miterrand, o cubano Ricardo Alarcón, Ignacio Ramonet e a ativista contra a guerra do Iraque e mãe de um soldado morto no conflito, Cindy Shehan.

Dirigindo-se ao presidente americano, George W. Bush, a quem chamou em todas as vezes de Mr. Danger (Senhor Perigo), Chavez atacou:

– Não há império mais perverso do que esse. É um império cínico.

Chávez também lembrou sua fala no Gigantinho, em Porto Alegre, no Fórum de 2005.

– Eu já dizia que temos que trabalhar com Lula. Que tudo é um processo. Não se pode exigir que Lula faça o que faz Chávez. Que Kirchner (presidente da Argentina, Néstor Kirchner) faça o que faz Lula. Cada qual tem sua circunstância. Mas vamos todos no mesmo rumo – afirmou, para aplausos da platéia.

O presidente também saudou a recente vitória do líder cocaleiro Evo Morales, na Bolívia.