O Fórum Social Mundial registrou em Caracas a presença de70 mil pessoas, em sua maioria venezuelanas. O número contrasta com o dos últimos anos, quando o evento chegou a reunir cerca de 150 mil ativistas em Porto Alegre e em Mumbai (Índia). Essa é a menor participação popular dos últimos quatro anos do evento.

Os organizadores explicam a pequena participação popular com a divisão do fórum em três. Ficou acertado que o evento seria realizado também em Mali e no Paquistão, devido à vontade do Comitê Internacional do Fórum Social de internacionalizar o movimento. No entanto, e apesar de o evento ter sido encerrado em Mali na última semana e o do Paquistão ainda não ter sido realizado, o Fórum de Caracas parece não ter gerado o mesmo efeito proporcionado por Porto Alegre, que virou uma espécie de Meca para os ativistas.

– A mensagem tem percorrido o mundo, e é até lógico que cada um dos encontros registre presenças menores. No entanto, isso não irá contra a qualidade do debate – afirmou Oded Grajew, empresário brasileiro que participou da fundação do Fórum Social Mundial.

Sobre o evento em Caracas, o empresário considerou que o debate político tem sido superior em quantidade e em qualidade, e que a presença de militantes bolivarianos e de membros do governo do presidente Hugo Chávez abriu uma nova frente de discussão.

As particularidades da revolução bolivariana, a participação em massa de chavistas e a curiosidade de muitos estrangeiros fizeram com que o encontro perdesse um pouco de personalidade. O Fórum centra muitos de seus debates na experiência de Chávez no governo. Os venezuelanos, convencidos dos benefícios do processo político vivido no país, transformaram o Fórum Social em uma plataforma de difusão de suas idéias por meio de centenas de atividades e debates que explicam os planos sociais desenvolvidos pelo governo venezuelano.

Veja o que está acontecendo no evento pelo blog Por dentro do fórum.

AGÊNCIA EFE