O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, apresentará um novo gabinete e um novo programa de governo ao Parlamento na terça, dia 26, buscando encerrar uma danosa crise política e ganhar apoio do eleitorado. O magnata da mídia foi forçado a renunciar temporariamente na semana passada por seus próprios aliados políticos, que exigiam que ele mostrasse aos italianos que está comprometido em atender suas demandas após sua coalizão de centro-direita ter sofrido uma forte derrota em eleições regionais.

Ele deve agora apresentar uma nova equipe ao Parlamento, antes de um voto de confiança na quarta em que o novo governo deve ser aprovado um ano antes das eleições gerais -- as quais pesquisas indicam que ele pode perder. A liderança do ex-presidente da Comissão Européia Romano Prodi foi incrementada pelas eleições regionais, e ele espera que a essa vitória siga-se uma da centro-esquerda nas eleições nacionais do ano que vem. 

Em seu discurso ao Parlamento, Berlusconi deve anunciar uma estratégia governamental de três pontos, com a qual busca recuperar o apoio que o levou ao poder em 2001, mas que perdeu nas urnas devido a uma economia debilitada e ao impopular envio de soldados ao Iraque.

– No centro de nossos esforços estará a reativação das empresas, a defesa do poder de compra das famílias e um plano de iniciativas concretas para o sul, com a criação de empregos – disse ele na semana passada.

O governo também deve apressar um pacote adiado de medidas com o objetivo de melhorar a competitividade italiana, com medidas como a eliminação de burocracia e o combate à falsificação. Estas medidas devem ter custo zero para os cofres públicos. Mas inovações políticas mais caras devem ser limitadas por um orçamento restrito. A Itália deve revisar para baixo sua previsão de crescimento para 2005, dos atuais 2,1% para 1,2%, levando seu déficit acima do limite de 3% do PIB estabelecido pela União Européia.  

As informações são da agência Reuters.