O turco Mehmet Ali Agca, que feriu João Paulo II gravemente em uma tentativa de assassinato em 1981, ficou muito triste com a morte do Papa, disse seu irmão neste domingo, dia 3. Agca, que está preso em Istanbul, está em luto pela perda de "um grande amigo", disse à Reuters o irmão Adnan Agca.

– Ele está extremamente triste, está sofrendo. Ele amava o papa – disse Adnan Agca. – Eles desenvolveram uma amizade pessoal quando Mehmet Ali estava (preso) na Itália, e eles anunciaram sua irmandade.

– O papa mostrou proximidade com meu irmão e com o restante da nossa família. Ele foi um grande home – disse Adnan Agca, acrescentando que ele e sua mãe foram recebidos seis vezes pelo papa no Vaticano.

O Papa perdoou Mehmet Agca durante um encontro na cela da prisão em que estava preso, em 1983, dois anos depois que Agca disparou contra o abdômen do papa durante uma audiência na Praça de São Pedro. Muitos consideram a reconciliação do papa com Agca como um exemplo do princípio cristão do perdão.

Agca foi extraditado para a Turquia no ano 2000 para cumprir uma sentença por outros crimes, depois de passar 19 anos em uma prisão italiana pelos disparos. Durante os anos ele deu motivos conflitantes para sua tentativa de matar o Papa, incluindo alegações de uma conspiração com os serviços secretos da Bulgária na era comunista e com a KGB soviética, que teria medo que o Papa polonês lançasse uma revolta contra o comunismo no Leste Europeu.

As informações são das agência Reuters.