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 | 03/04/2005 10h43min

Papa João Paulo II não receberá Nobel da Paz póstumo

Ensinamentos morais conservadores impediram que ele ganhasse prêmio em vida

Um tutor do Nobel da Paz descartou neste domingo, dia 3, um prêmio póstumo para João Paulo II. Para especialistas, os ensinamentos morais conservadores do pontífice evitaram que ele ganhasse votos para o Nobel na liberal Escandinávia.

Para muitos católicos romanos, a ausência do Papa da lista de laureados é uma das maiores injustiças na história do prêmio, que foi concedido pela primeira vez em 1901. O líder pela independência da Índia, Mahatma Gandhi, também nunca ganhou um Nobel, no que é visto como a pior omissão.

Mas na Noruega, lar do Nobel da Paz, o trabalho de João Paulo pela paz, pela reconciliação entre as religiões e seu papel na queda do comunismo em 1989 costuma atrair menos atenção do que sua oposição ao aborto, aos métodos contraceptivos e ao casamento de religiosos.

– Há muitas pessoas que gostariam que o papa recebesse o prêmio – disse Geir Lundestad, diretor do Instituto Norueguês do Nobel. – Recebemos milhares e milhares de cartas nos últimos anos em nome do papa.

– Mas não é possível conceder um prêmio póstumo – disse ele à Reuters. – Os estatutos são bastante claros a respeito disso.

Os estatutos foram modificados em 1974 para proibir os prêmios póstumos pela paz, literatura, química, física, medicina e economia. O fundador do prêmio, o sueco Alfred Nobel, deixou bem claro que os prêmios deveriam inspirar os vivos.

Lundestad não quis dizer se o Papa chegou perto de ganhar o prêmio. Em 2003, o pontífice era o favorito nas bancas de aposta, mas o prêmio foi para uma advogada defensora dos direitos humanos, a iraniana Shirin Ebadi. Na época, o principal assessor do Papa disse que João Paulo não ficou triste e estava acima dessas coisas.

– O Papa era conservador em suas doutrinas, e eu acho que o comitê do Nobel seria muito crítico sobre isso – disse Irwin Abrams, professor emérito da Universidade Antioch, em Ohio, e um dos maiores especialistas no Nobel.

Ele também destacou que três dos atuais cinco membros do comitê de premiação do Nobel eram mulheres. A igreja luterana da Noruega permite a ordenação de mulheres e nenhum partido político questiona o direito das mulheres de abortar.

As informações são da agência Reuters.

 
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