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 | 16/03/2005 01h00min

Curdos e xiitas se aproximam de acordo político no Iraque

Sessão inaugural do Parlamento será nesta quarta e terá proteção dos EUA

Líderes políticos xiitas e curdos do Iraque estão próximos de um acordo para formar um governo no país, após as seis semanas de discordâncias que se seguiram às eleições, disseram fontes de ambos os lados nesta terça, 15.

– Esperamos assinar uma declaração nos próximos dias a respeito dos princípios gerais, que incluem lidar com a cidade de Kirkuk de acordo com a Constituição provisória, disse Mohammad Bahr Al Uloum, membro da maioria xiita no Parlamento.

Isso significa que o Iraque ainda não terá um novo governo quando o Parlamento realizar sua sessão solene de inauguração, nesta quarta.   

Outro político xiita disse que ainda há discordâncias internas dentro de cada bloco, o que pode retardar um acordo. Juntos, xiitas e curdos dominam dois terços do Parlamento, o necessário para formar um gabinete. 

O processo é demorado por causa da divisão dos cargos e das exigências curdas sobre a cidade petroleira de Kirkuk, no norte. A Constituição provisória diz que as disputas territoriais só serão resolvidas depois da redação da nova Carta, até outubro, e da realização de um censo para traçar a composição étnica da cidade.

– Há um acordo com a Aliança Iraquiana Unida a respeito desses princípios, disse uma importante fonte curda, citando o principal partido xiita.

A sessão inaugural do Parlamento, a ser realizada sob proteção dos Estados Unidos, será mostrada ao vivo pela TV. Um impasse político prolongado poderia favorecer o primeiro-ministro interino, Iyad Allawi, que permanecerá no poder enquanto o novo governo não for formado. Allawi vem tentando forjar alianças para permanecer no cargo, no qual foi posto com apoio dos EUA. 

A Aliança Iraquiana Unida apresentou Ibrahim Al Jaafari como candidato a premiê, mas os curdos temem que ele incentive o fundamentalismo islâmico. Os curdos (uma etnia muçulmana não-árabe) reivindicam que seu líder, Jalal Talabani, se torne presidente da República. Mas árabes reunidos em Kirkuk nesta terça disseram que isso seria inaceitável.

– As exigências dos curdos sobre a presidência não são razoáveis. O Iraque é um país árabe, e seu presidente deve ser árabe, disse Wasfi Al Assi, secretário-geral da Frente Árabe em Kirkuk, grupo que boicotou as eleições.

As autoridades esperavam que o pleito de janeiro reduzisse a intensidade da resistência, o que não ocorreu. Nesta terça, uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas na explosão de um carro-bomba perto de um posto de gasolina de Bagdá, segundo fontes policiais. O alvo do atentado era um comboio militar norte-americano. Em outro incidente, uma explosão perto do Ministério da Saúde feriu duas pessoas.

Um terceiro atentado suicida resultou na morte de um soldado norte-americano – já são 1.158 baixas desde a invasão, em 2003. Vários civis iraquianos e um policial ficaram feridos, segundo os militares dos EUA. A Al Qaeda reivindicou, pela Internet, o ataque, ocorrido em uma estrada perto do bairro Al Amel, em Bagdá.

Em Hilla, onde 125 pessoas morreram em um atentado em fevereiro, houve uma manifestação pelo terceiro dia consecutivo. Milhares de pessoas saíram às ruas carregando cartazes com dizeres como "não ao terrorismo" e exigindo que os árabes se manifestem contra os militantes suicidas. Rumores de que a família do jordaniano responsável pelo ataque comemorou seu "martírio" irritaram os iraquianos. O governo condenou tais "manifestações de alegria".

As informações são da agência Reuters.

 
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