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 | 14/03/2005 21h19min

Congresso não crê em dados do Pentágono sobre tropas iraquianas

O Pentágono informou ao Congresso norte-americano nesta segunda, dia 14, que há 142.472 militares iraquianos treinados e equipados, mas um órgão parlamentar de fiscalização disse que os dados não são confiáveis e que será difícil avaliar se bilhões de dólares dos EUA estão sendo usados corretamente nessa tarefa.

 – Os dados sobre o status das forças iraquianas de segurança são não-confiáveis e fornecem informações limitadas sobre sua capacidade – disse Joseph Christoff, do Escritório de Responsabilidade do Governo (GAO, na sigla em inglês), subcomissão de Reforma do Governo da Câmara dos Deputados.

Christoff disse ainda que as informações do Pentágono revelam um aumento na atividade dos insurgentes, pois "cada pico mensal no número de incidentes violentos é seguido por uma média maior de ataques nos meses subsequentes".

O contra-almirante William Sullivan, que forneceu alguns números do Pentágono à subcomissão, admitiu que eles incluem alguns policiais iraquianos que foram exonerados ou que estavam de folga. Ele disse também que o Pentágono está tentando desenvolver uma fórmula para avaliar o grau de preparação das forças iraquianas para as tarefas de combate e vigilância.

Avaliar essa preparação é essencial para que os Estados Unidos decidam quando poderão começar a retirar suas próprias tropas do Iraque, entregando suas tarefas nas mãos do contingente local.

O governo já gastou cerca de US$ 5,8 bilhões para desenvolver as Forças Armadas do Iraque. O presidente George W. Bush incluiu mais US$ 5,7 bilhões em um suplemento orçamental de US$ 81,9 pedido ao Congresso para operações no Iraque e no Afeganistão.

– Sem informações confiáveis, o Congresso pode ter dificuldades para julgar como as verbas federais estão atingindo seus objetivos de transferir as responsabilidades de segurança para os iraquianos", disse Christoff.

A meta dos EUA é treinar e equipar cerca de 271 mil policiais e militares do Iraque até julho de 2006. O Pentágono chegou a anunciar que 206 mil homens estavam prontos para o combate, mas teve de recuar desse número, especialmente depois da ofensiva de Falluja, em novembro, quando ficou claro que muitos iraquianos não estavam preparados.

– Isso é como a ilha da fantasia. É tão ficcional quanto as armas de destruição em massa – disse o deputado democrata Dennis Kucinich, referindo-se ao pretexto - nunca comprovado- dos EUA para invadir o Iraque. – Estou constrangido por o senhor ter de vir a uma subcomissão parlamentar com este tipo de relato falso – disse ele a Sullivan.

O contra-almirante afirmou que os números foram checados por dois generais que estão no Iraque, mas admitiu que há falhas na avaliação de quantos homens estão disponíveis em um determinado dia. Sullivan disse que, quando as forças do Ministério do Interior recebem seu salário, muitos soldados levam o dinheiro para casa e não reaparecem na hora marcada.

Em alguns casos, segundo o contra-almirante, os policiais fogem quando se sentem menos armados que os insurgentes.

– Mas é provavelmente melhor que eles façam isso para preservar suas vidas – afirmou.

O relatório do GAO também acusa as tropas do Ministério do Interior de cometer "numerosas e graves violações aos direitos humanos", inclusive a morte de dez militantes do Partido Baath e o assassinato de uma mãe e uma filha apontadas como prostitutas.

As informações são da agência Reuters.


 
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