O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse nesta sexta, dia 2, que o ex-ditador do Iraque Saddam Hussein deveria gozar da presunção de inocência no julgamento ao qual está sendo submetido.

– Os povos do mundo devem observar atentamente, escutar atentamente – afirmou Powell em seu primeiro comentário sobre o processo no qual são réus Saddam e 11 de seus ex-assessores. O julgamento começou na quinta, dia 1º, em Bagdá.

– Assumamos que ele é inocente, façamos isso, e deixemos que o povo iraquiano decida por meio de sua Justiça – afirmou Powell em uma entrevista concedida ao canal de TV indonésio RCTI, durante um encontro sobre segurança na Ásia realizado em Jacarta.

– Vocês verão um novo tipo de Justiça no Iraque e espero que os povos do mundo e todos os indonésios possam ver isso do mesmo jeito – afirmou.

O secretário comparou o julgamento de Saddam com o de alguém que fosse julgado durante o governo do ex-ditador.

– Vocês conseguem imaginar como a coisa era dois anos atrás se ele tivesse prendido alguém? Você acha que essa pessoa seria considerada inocente? – perguntou.

– Essa pessoa estaria enterrada agora.

Saddam foi levado algemado para diante de um juiz iraquiano para ouvir as acusações de crimes de guerra e genocídio.

Além da invasão do Kuwait, as acusações preliminares feitas na quinta referiam-se à repressão dos levantes xiita e curdo depois da Guerra do Golfo (1991), aos ataques com gás venenoso contra curdos e outros massacres, ao assassinato de líderes religiosos em 1974 e ao assassinato de lideranças políticas ao longo de três décadas.

Audiências semelhantes foram realizadas para 11 ex-assessores de Saddam, entre os quais Tareq Aziz, a principal voz do Iraque no cenário internacional.

As informações são da agência Reuters.