O clérigo radical xiita Moqtada al-Sadr declarou unilateralmente uma trégua de dois dias na cidade sagrada xiita de Najaf, no Sul do Iraque, disse o porta-voz de Sadr neste domingo, dia 18. Qays al-Khazali disse a jornalistas que a milícia al-Mahdi, liderada por Sadr, suspenderia suas ações militares dentro e nos arredores de Najaf em respeito às celebrações do aniversário da morte do profeta Maomé, na segunda e terça. Mas Khazali também mandou um recado aos EUA.

- Os americanos estão agravando a situação e o exército al-Mahdi está pronto - afirmou ele.

Cerca de 2,5 mil soldados americanos estão posicionados nos arredores de Najaf há vários dias com ordem para capturar ou matar Sadr, cuja milícia iniciou no começo deste mês um levante contra a ocupação liderada pelos EUA no Iraque. Os EUA querem que Sadr desarme seus seguidores e se entregue para ser julgado por um tribunal iraquiano sob a acusação de ter ordenado o assassinato de um líder religioso moderado xiita no ano passado em Najaf.

Uma calma tensa dominava as cidades iraquianas de Najaf e Falluja no domingo, após as sangrentas batalhas das forças lideradas pelos Estados Unidos na fronteira com a Síria e em uma cidade do sul. Falluja, bastião do levante sunita, teve o segundo dia de calma, mas cinco civis foram mortos durante a noite quando fugiam do bombardeio dos EUA na cidade de Karma, perto dali, disseram testemunhas.

Um jornal dos EUA disse que cinco fuzileiros navais norte-americanos e dezenas de iraquianos morreram na batalha de 14 horas na fronteira síria. Os militares dos EUA em Bagdá afirmaram que não tinham informação sobre luta na remota região no oeste do Iraque.

Pelo menos nove marines foram feridos e mais de 20 combatentes iraquianos foram capturados. Eles foram levados para uma base dos EUA perto da cidade de Al-Qaim, disse o jornal.

Na cidade de Diwaniya, sul do país, pelo menos sete pessoas morreram e seis ficaram feridas em confrontos entre forças lideradas pelos EUA e milicianos xiitas na noite de sábado, disseram testemunhas.

As informações são da agência Reuters.