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 | 20/03/2004 15h42min

Multidões tomam as ruas no aniversário da guerra no Iraque

Manifestantes pedem o fim da ocupação norte-americana

Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas neste sábado, dia 20, em todo o mundo exigir o fim da ocupação norte-americana no Iraque, iniciada há um ano. Eles dizem que os Estados Unidos estão errados ao afirmar que hoje o país melhorou e apontam para o contínuo aumento de mortos no Iraque e para os atentados em cidades ocidentais.

Em nenhum lugar isso foi mais evidente do que na Espanha, onde muita gente relaciona os atentados de 11 de março, que mataram 202 pessoas em Madri, com a decisão do governo conservador de participar da guerra.

– O governo levou este país à guerra, mas foram pessoas comuns que acabaram feridas e mortas pelos terroristas – disse a produtora de cinema Lila Pla Alemany enquanto se preparava para a manifestação de Barcelona.

Os atentados foram um fator decisivo na derrota eleitoral do Partido Popular, do premiê José María Aznar, nas eleições espanholas. Seu sucessor eleito, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, já prometeu retirar as tropas espanholas do Iraque, cuja ocupação ele considera um "desastre'' e um ''fiasco''.

Em Londres, dois manifestantes driblaram a segurança e escalaram a torre do relógio mais conhecido da cidade, o Big Ben, em frente ao Parlamento, onde colocaram um cartaz que dizia "Hora da Verdade''.

– Queremos avisar (o primeiro-ministro) Tony Blair que nós e o povo britânico estamos fartos de meias-verdades e evasivas sobre o Iraque – disse Stephen Tindale, diretor-executivo do grupo ambientalista Greenpeace, que organizou o protesto.

Milhares de manifestantes ocuparam o centro de Londres com cartazes de "procurado" sob fotos de Blair e do presidente dos EUA, George W. Bush.

Em Roma, a protesto foi antecipado para que as ruas da cidade dessem conta do volume de manifestantes. Cerca de 1,5 mil ônibus e 12 trens especiais levaram pessoas de toda a Itália à capital. Os organizadores esperavam a presença de 200 mil pessoas.

No dia do aniversário da guerra, as manifestações começaram na Ásia e depois na Europa. Ainda no sábado há passeatas previstas nas Américas. Apesar disso, há muito menos pacifistas nas ruas no sábado do que nas gigantescas passeatas que antecederam à guerra.

Na Alemanha, houve protestos em 70 cidades. Em Berlim, 1,5 mil pessoas participaram das manifestações. Outras mil foram para a frente da base norte-americana de Ramstein.

– Feliz aniversário, assassinato em massa – dizia um cartaz.

Em Sydney, Austrália, cerca de 3 mil pessoas pediram o fim da ocupação e a retirada de tropas. O principal alvo dos protestos foi o primeiro-ministro John Howard, fiel aliado de Bush. No ano passado, a manifestação contra a guerra havia reunido 200 mil pessoas.

Em Melbourne, o pai do australiano David Hicks, que está preso na base naval norte-americana de Guantánamo, encravada em Cuba, sob acusação de ser um militante islâmico, pediu justiça para ele.

– David, se fez algo errado, deveria ter sido acusado ou solto há dois anos – afirmou Terry Hicks à multidão.

Na Grécia, cerca de 10 mil manifestantes fizeram uma passeata até a frente da embaixada norte-americana, que estava protegida por centenas de soldados das tropas de choque. Ali também o comparecimento ficou bem aquém dos 100 mil do ano passado.

Em todo o Japão, as manifestações somaram 120 mil pessoas. As duas passeatas de Tóquio atraíram juntas 60 mil pessoas, apesar do frio e da garoa, segundo a agência Kyodo. Em Osaka, foram mais duas marchas, com 20 mil pessoas.

As informações são da agência Reuters.

 
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