| 02/04/2008 07h57min
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, vai participar da reunião anual das assembléias de governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que será realizada entre os próximos dias 4 e 6, em Miami, nos Estados Unidos. Ele terá encontros também com investidores, aos quais pretende mostrar que a economia brasileira oferece oportunidades e solidez para o capital internacional nos setores produtivos.
A reunião contará com participação ainda do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, que vai sugerir à direção do banco que aumente os níveis de financiamento próprio ao setor privado, limitados a 10% dos US$ 80 bilhões em carteira, desde 2005. Como o presidente do BC, o ministro quer mais recursos externos em investimentos produtivos, de preferência naqueles que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Meirelles vai reafirmar que os fundamentos da economia nacional estão sólidos e que o ambiente
de negócios no Brasil é cada
vez melhor. O país está distante, por exemplo, da crise financeira provocada pelas hipotecas de alto risco (subprime), que atingiu principalmente os EUA e teve reflexos imediatos na Europa. Algumas das instituições financeiras mais afetadas são européias, como os bancos UBS da Suíça e o Deutsche Bank da Alemanha, que ontem divulgaram notas de perdas contábeis de US$ 27,9 bilhões e de US$ 7,5 bilhões, respectivamente, desde que a crise eclodiu, em agosto do ano passado.
Também na terça-feira o The Wall Street Journal divulgou relação de 29 bancos americanos e europeus que já perderam mais de US$ 140 bilhões com a crise. Há casos até de bancos que quebraram, como o Bear Stearns, que já havia perdido US$ 2,75 bilhões e anunciado insolvência antes de ser comprado há duas semanas pelo JPMorgan, em negociação coordenada pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. O próprio JPMorgan também já perdeu US$ 2,94 bilhões com a crise e recebeu recursos do Fed para fechar a operação.
Meirelles
dirá aos investidores internacionais que nada disso afetou a solidez dos bancos brasileiros que, ao contrário, continuam a expandir os níveis de crédito para quem quer investir na produção.
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