| 09/12/2009 09h39min
O vazamento de um suposto documento final no segundo dia da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15) revoltou líderes de países pobres e em desenvolvimento que participam do encontro em Copenhague, na Dinamarca.
O texto – que teria sido elaborado pela própria Dinamarca com o apoio de líderes americanos e britânicos – revela a intenção de separar o Brasil, a China e a Índia dos países pobres, além de introduzir metas de emissões obrigatórias para nações em desenvolvimento. Várias das propostas indicam um afastamento dos princípios que norteiam o Protocolo de Quioto.
O presidente do G77 (grupo de países pobres e em desenvolvimento do qual participa o Brasil), Lumumba Stanislaus Di-Aping, afirmou nesta terça, dia 8, que os US$ 10 milhões anuais propostos pelos países ricos para financiar projetos de redução de emissões “não compram sequer caixões suficientes para os que irão morrer” em decorrência das alterações climáticas. Ele disse ainda que só não abandonou a conferência pela urgência do problema.
Após o vazamento do documento, o governo chinês convocou uma entrevista para exigir que os países ricos assumam a responsabilidade pelo histórico de emissões de gases de efeito estufa. Representantes da Aliança Pan-Africana pela Justiça Climática chegaram a provocar um tumulto na sede da conferência em protesto contra o documento.
De acordo com a BBC Brasil, o embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Itamaraty, Sérgio Serra, afirmou que o rascunho do texto foi apresentado na reunião preparatória há uma semana, também em Copenhague. Ao fim do encontro – do qual participaram apenas representantes dos países mais influentes nas negociações – o documento teria sido recolhido pelos próprios dinamarqueses.
O secretário executivo da COP-15, Yvo de Boer, lembrou que o Protocolo de Quioto prevê metas específicas para países ricos e que os mais pobres devem ser priorizados.
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