A sucessão de temporais e chuvas torrenciais no Rio Grande do Sul faz deste mês um período climático histórico. Na capital gaúcha Porto Alegre, onde choveu 293 milímetros, o 8º Distrito de Meteorologia não tem registro de outro mês de novembro tão úmido desde que se iniciaram as medições, há cerca de um século.

Até então, o recorde de precipitação na estação meteorológica localizada no bairro Jardim Botânico havia sido verificado em 1986, com 283 milímetros. Os números impressionantes da Capital são semelhantes aos de várias outras cidades do Interior – sugerindo que boa parte dos gaúchos deparam com um período inédito de umidade para esta época do ano.

Além de Porto Alegre, a chuva de novembro também é considerada recorde pelo 8º Distrito em municípios como Bagé (582 mm), Pelotas (387) e Santa Maria (443) também superaram qualquer registro anterior. De forma geral, os dados sobre precipitação na maior parte do Estado passaram a ser arquivados com maior rigor desde o final dos anos 60.

Conforme a Defesa Civil, o temporal dessa segunda, dia 30, somou 18 eventos de tempo severo desde o início do ano, dos quais 13 foram verificados desde setembro. Como consequência das chuvaradas amplificadas pelo fenômeno El Niño (aquecimento das águas do Oceano Pacífico), até o começo da noite de segunda havia 98 municípios em situação de emergência e 59 mil clientes sem luz.

A boa notícia é que, conforme a meteorologista Cássia Beu, da Somar Meteorologia, as chuvas deverão diminuir de intensidade a partir de agora. A expectativa para dezembro é confirmada por Estael Sias, da Central de Meteorologia:

– A previsão indica que deve chover algo em torno de metade ou até um terço do que choveu em novembro em grande parte dos municípios gaúchos.