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 | 24/11/2009 14h47min

Publicação do Cepea aborda novos desafios dos hortifrutis orgânicos

Elevar produtividade e reduzir variação sazonal de oferta são desafios de orgânicos, mostra revista

Mesmo com os avanços visíveis no segmento de orgânicos no país, a oferta é ainda inferior ao potencial de consumo interno e externo. Essa é a avaliação da maioria dos produtores e comerciantes do setor hortifrutícola consultados pela Hortifruti Brasil, revista com distribuição gratuita editada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP.

Além da matéria especial sobre orgânicos, a publicação ainda traz na edição de novembro uma matéria sobre os cuidados que se devem ter com os alimentos cultivados sem o uso de produtos químicos e a opinião de entrevistados sobre o cultivo destes produtos em relação aos convencionais.

Segundo os entrevistados, alguns dos principais desafios de quem atua neste segmento (produtores e comerciantes) são elevar a produtividade e reduzir a sazonalidade de oferta ao longo do ano. Para isso, seria necessário maior investimento em pesquisas que proporcionassem mais alternativas, por exemplo, de adubação e de controle tanto de pragas e doenças quanto de plantas daninhas.

Segundo o Censo Agrícola, em 2006, 90 mil estabelecimentos agropecuários declararam praticar agricultura orgânica no país. Isso representa 2% do total de estabelecimentos. Entre os setores, a produção orgânica tem maior participação no grupo que abrange horticultura e floricultura, chegando a representar 4% do total desses estabelecimentos.

Na aqüicultura, cerca de 3% têm produção orgânica e, nos demais grupos, os estabelecimentos com esse tipo de produção não ultrapassam 2%. A fruticultura encontra-se no grupo das atividades permanentes, junto com café, e orgânicos seriam produzidos em 2% do total desses estabelecimentos.

Quanto ao tamanho das propriedades, o Censo confirmou a percepção de que a agricultura orgânica é feita principalmente por pequenos produtores familiares. Em culturas orgânicas permanentes, a maior freqüência é de estabelecimentos entre cinco e 10 hectares; em horticultura e floricultura orgânicas, prevalecem os estabelecimentos de um a dois hectares.

O nível de escolaridade do produtor que opta por orgânicos não é muito distinto daquele que faz agricultura convencional, segundo dados do Censo. A distinção se dá em relação àquele que tem certificação orgânica. O número de produtores com instrução mais elevada aumenta e são muito poucos os que não são alfabetizados. A orientação técnica, também com base no Censo, é mais regular nos estabelecimentos orgânicos certificados. Assim, a certificação pode ser uma barreira para produtores de baixo nível de escolaridade e/ou que não possuem condições de ter uma orientação técnica. Educação e orientação técnica são fundamentais para o produtor obter a certificação.

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