A regulamentação do setor e a maior exigência por sistemas produtivos sustentáveis tornam o mercado de orgânicos cada vez mais interessante. A opinião é do pesquisador da Embrapa Pantanal André Morais, que mostrou para visitantes da 7ª Biofach América Latina 2009, em São Paulo, a linha de pesquisa de pecuária orgânica desenvolvida há três anos pela empresa.

Na fazenda da Embrapa, de 4,3 mil hectares, localizada a 160 quilômetros de Corumbá\MS, 14 pesquisadores estudam o desenvolvimento de medicamentos homeopáticos e fitoterápicos para o tratamento e prevenção de doenças dos bois. O uso desse tipo de produto é um dos pré-requisitos para se considerar uma carne orgânica, explica Morais.

– Hoje há poucas opções no mercado e o papel da Embrapa é justamente pesquisar esses gargalos para a produção – diz.

Conforme o pesquisador, o Pantanal tem uma “vocação natural” para o sistema orgânico de produção, pois é uma região com características ambientais marcantes, onde a criação é adaptada aos períodos de cheia e de seca e há pouco uso de produtos químicos no solo.

A Embrapa está finalizando o processo de certificação da fazenda, para validar e ampliar a linha de pesquisa. Até o fim do ano, segundo Morais, toda área será reconhecida como sistema de produção orgânica.

Biofach – Durante essa semana, mais de 300 expositores entre produtores, empresários e representantes de governo mostraram as políticas públicas para o setor, novas tecnologias e a variedade da agricultura orgânica nacional. No estande do Ministério da Agricultura, os visitantes tiveram acesso também a programas de apoio à produção orgânica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ceagesp e do próprio Mapa. Queijos, geleias e antipastos orgânicos estão disponíveis para degustação. Os produtos são adquiridos pela Conab para o Programa de Aquisição de Alimentos e de produtores que atuam diretamente com a Ceagesp.