| 02/11/2009 15h50min
Agricultores do Rio Grande do Sul se preparam para colher uma boa safra de trigo. O excesso de chuva prejudicou a qualidade do grão em outros Estados, como o Paraná, mas não chegou a comprometer as lavouras gaúchas.
A colheita mal começou e o produtor rural Laudinor José Kraemer já faz um bom prognóstico.
— Vamos ter trigo de qualidade boa, até agora tem um desenvolvimento muito bom, uma formação de grão muito boa — afirmou Kraemer.
O otimismo do triticultor de Passo Fundo, interior do Rio Grande do Sul, é quase um alívio. Entre julho e setembro, os Estados do Sul, que concentram a produção nacional de trigo, registraram chuvas bem acima da média, fator suficiente para esperar uma quebra grande da safra.
O excesso de chuvas comprometeu a quantidade e a qualidade do trigo no Estado responsável por metade da produção nacional, o Paraná. Os paranaenses esperam colher 2,6 milhões de toneladas nesta safra, contra 3,2 no ano passado. Á maior parte disso, de qualidade inferior, vai ser destinada à ração animal. Porém, diferente do que se imaginava, este mesmo problema não deve ser registrado no Rio Grande do Sul.
O presidente do sindicato que reúne os moinhos gaúchos explica que o trigo do Estado está melhor preparado para lidar com problemas climáticos.
— A nossa pesquisa de trigo no RS sempre foi focada em trigos resistentes, entre outras coisas, à chuva — disse o presidente do sindicato da Indústria do Trigo no RS, Gerson Pretto.
Apesar de uma boa colheita, os triticultores estão preocupados com a rentabilidade da safra 2009/2010. O problema é o preço baixo.
— Isso vem abaixo das expectativas do produtor, abaixo do que o governo definiu como preço mínimo e prejudica a questão da comercialização e da viabilidade da triticultura — concluiu o pesquisador da Embrapa Trigo, Eduardo Caierão.
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