| 30/10/2009 19h35min
Um dos produtos que estão sendo barrados nos portos é a farinha de trigo. As medidas de restrição às importações, tanto por parte do Brasil, quanto da Argentina, foram o foco das discussões no último dia do Congresso Internacional do Trigo, em São Paulo.
Representantes da triticultura argentina disseram que os produtores de lá já estão deixando o país para evitar perdas por causa da política agrícola. Além dos argentinos, outros países do Mercosul participaram de um debate na manhã desta sexta, dia 30, durante o congresso.
O representante do Ministério do Desenvolvimento do Brasil, Luiz Fernando Antônio, diretor do Departamento de Comércio Exterior da pasta, abriu o debate com uma explicação.
— Quero dizer que eu não tenho culpa de nada — disse, se referindo à medida do governo brasileiro de suspender as licenças automáticas para importação de produtos da Argentina.
Entre os produtos, está a farinha de trigo. No porto seco de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, além dos quase 400 caminhões que ficaram parados aguardando licença, outros cem contêineres trazendo farinha também esperam no terminal ferroviário. Segundo o governo, essa é uma questão de ajuste, mas que deve ser resolvida em breve.
Os moinhos brasileiros acham que a medida veio tarde. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), há mais de seis anos os impostos do governo argentino sobre os grãos têm gerado uma concorrência desleal com o Brasil.
Entretanto, dificultar a entrada no Brasil de produtos da Argentina, como o trigo e a farinha, pode ser arriscado neste momento. Isso porque a safra brasileira está comprometida em função de problemas climáticos. Além disso, o Brasil que historicamente precisou importar trigo para dar conta da demanda interna, vai ter que comprar ainda mais. Porém, segundo a Abitrigo, a própria Argentina deve solucionar este problema com exportação, mas não de produtos, mas de produtores rurais.
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Kátia Abreu, que encerrou o evento, disse que o governo precisa agir com mais ênfase para auxiliar a cadeia produtiva do trigo no país.
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