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 | 14/05/2009 04h27min

Procurador pedirá investigação, diz PF

Segundo superintendente, a apuração deve se limitar no início a contas do PSDB em 2006

Adriana Irion e Fábio Schaffner  |  adriana.irion@zerohora.com.br; fabio.schaffner@zerohora.com.br

Depois de enviar ao Ministério Público Eleitoral o que considerou indícios de caixa 2 na campanha da governadora Yeda Crusius em 2006, o superintendente da Polícia Federal (PF), delegado Ildo Gasparetto, disse ontem que o procurador regional eleitoral, Vitor Hugo Gomes da Cunha, deverá pedir inquérito para apurar o caso. Cunha concentrará o pedido nas contas do partido, mas não está descartada investigação da campanha de Yeda – que dependeria de autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Cunha havia solicitado ao Tribunal Superior Eleitoral cópia da prestação de contas apresentada pela coligação União Rio Grande Afirmativo (PSDB-PSC-PL-PPS-PAN-PRTB- PHS- PTC-Prona-PT do B) relativa à campanha para o governo do Estado. A candidata da coligação foi a governadora Yeda Crusius. Na terça-feira, o procurador também pediu cópia da prestação de contas do PSDB referente ao exercício de 2006.

Ontem, em Brasília, a governadora anunciou a contratação de um advogado especialista em legislação eleitoral e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Alckmin. Oficialmente, o objetivo da constituição do advogado é processar os autores das denúncias de caixa 2. Alckmin desembarca amanhã no Estado para discutir com a governadora a estratégia da reação judicial.

Advogado insinua que Magda, PSOL e revista serão alvos

Alckmin foi indicado à governadora pelo advogado gaúcho Eduardo Ferrão. Os dois conversaram com Yeda por duas horas e 20 minutos, ontem, em Brasília. Por volta das 10h, a governadora deixou o hotel Meliá por uma saída lateral, na tentativa de despistar a imprensa. Ao chegar ao escritório de Ferrão, foi surpreendida com a recusa do gaúcho em defendê-la. Ele argumentou que já havia atuado em favor de Magda Koenigkan em um processo de divórcio e não considerava ético processar uma ex-cliente. Viúva de Marcelo Cavalcante, ex-representante do governo do Estado em Brasília, Magda confirmou à revista Veja supostas irregularidades na arrecadação de doações à campanha da governadora.

Yeda explicou aos advogados o conteúdo de um calhamaço de documentos que levava consigo. Ela mostrou o parecer do Ministério Público Estadual avalizando a compra da lisura da casa no bairro Vila Jardim, os cheques utilizados na negociação e a prestação das contas de campanha à Justiça Eleitoral.

– Alckmin já estava lá quando quando a governadora chegou – disse um interlocutor de Yeda.

De acordo com Alckmin, um assessor de Yeda já havia feito um contato com ele na noite de terça-feira. Primo do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o advogado também teria sido indicado à governadora por políticos do PSDB, que assessorou em campanhas eleitorais. Antes de decidir os procedimentos judiciais que serão tomados, Alckmin pretende analisar com mais profundidade a documentação entregue pela governadora. Ele já deu sinais de que os alvos dos processos serão Magda, a revista Veja e integrantes do PSOL.

– A governadora está indignada. Ela é vítima de uma campanha sórdida, com objetivos políticos e eleitorais – argumentou Alckmin.

Os advogados
QUEM É ALCKMIN
Paulista, 54 anos, Eduardo Alckmin é um dos advogados de Brasília que mais conhece as nuanças jurídicas do Tribunal Superior Eleitoral. Formado em 1977 pela Universidade de Brasília, três anos depois ele já trabalhava como secretário-geral da Presidência do TSE. Após atuar em órgãos públicos e nos ministérios da Previdência e da Fazenda, voltou ao TSE como ministro suplente em 1991, sendo efetivado no cargo cinco anos depois. Ligado ao PSDB e primo do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, ele deixou o tribunal em 2000 e criou uma banca advocatícia. Nos últimos meses, ele atuou como advogado do partido no processo de cassação do ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB). Defende a maioria dos deputados estaduais gaúchos ameaçados de cassação por manter albergues no Estado.
QUEM É FERRÃO
Gaúcho de Quaraí, Eduardo Antonio Lucho Ferrão, 53 anos, cursou Direito na Universidade Federal de Santa Maria. Em 1987, como promotor de Justiça, assessorou o PMDB na Constituinte. Hoje comanda um dos mais renomados escritórios de advocacia de Brasília.

ZERO HORA
Ed Ferreira, AE / 

Ontem, em Brasília, Yeda (E) anunciou a contratação de um advogado especialista em legislação eleitoral e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Eduardo Alckmin
Foto:  Ed Ferreira, AE


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