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 | 16/04/2009 19h16min

FMI diz que 2009 provavelmente "será um ano horrível"

Recuperação em 2010 dependerá de aumento da intervenção dos governos na economia

Atualizada às 21h17min

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse hoje que 2009 será provavelmente "um ano horrível", marcado por uma recessão mundial "profunda", e que a recuperação em 2010 dependerá de os governos aumentarem suas intervenções na economia.

Em discurso na cidade de Washington, Strauss-Kahn previu mais problemas econômicos, apesar dos sinais de melhora nos Estados Unidos.

— (O ano de) 2009 será, quase com certeza, um ano horrível. Prevemos um crescimento negativo profundo — afirmou o responsável pelo organismo.

Em março, o FMI previu que a economia mundial sofrerá contração de entre 0,5% e 1% neste ano.

— Esta é verdadeiramente uma crise mundial, ninguém escapa — alertou o diretor-gerente da entidade, a qual atualizará seus cálculos de crescimento na semana que vem.

Strauss-Kahn reconheceu que "a queda livre" da economia pode estar começando a ser controlada, mas afirmou que a recuperação prevista para 2010 depende de os países adotarem agora "as medidas corretas". O chefe do FMI pediu aos governos para que libertem os bancos dos títulos "podres" e lhes injetem capital novo, além de manter o estímulo fiscal em 2010.

Os EUA e a China devem continuar com a expansão orçamentária no ano que vem, mas os países europeus em geral se manifestaram reticentes a seguir o exemplo, preocupados com seus níveis de dívida. Strauss-Kahn também alertou que os mercados emergentes lidam com um "golpe duro" por causa da queda drástica da demanda de suas exportações e a súbita interrupção da entrada de capital, o que ameaça os avanços econômicos da última década. Nos países pobres, a crise pode mergulhar milhões de pessoas na pobreza, com consequências "absolutamente devastadoras", alertou.

Em seu discurso, Strauss-Kahn disse que o FMI está disposto a oferecer pacotes maiores de financiamento aos países-membros, agora que a comunidade internacional se comprometeu a triplicar os recursos do organismo até US$ 750 bilhões. Além disso, o diretor-gerente afirmou que a entidade reduzirá as condições que impõe para o uso de seu dinheiro e encorajou os países a pedirem empréstimos "cedo, antes que as coisas fiquem realmente difíceis".

O FMI realizará na semana que vem sua assembleia semestral conjunta com o Banco Mundial em Washington. Haverá também reuniões ministeriais do Grupo dos Sete (G-7, nações mais desenvolvidas do mundo) e o Grupo dos Vinte (G-20, países ricos e principais emergentes). Um dos assuntos na agenda desses encontros será como superar as brechas existentes na regulação que permitiram a tomada de riscos excessivos por parte das entidades financeiras.

Neste sentido, Strauss-Kahn afirmou que os bancos devem ser obrigados a acumular mais reservas durante os períodos de prosperidade. O responsável pelo FMI também disse que é necessário melhorar a coordenação internacional, de modo a evitar a pressão política sobre as entidades para dirigir seus empréstimos ao mercado nacional, em prejuízo de outros países.

EFE
Shawn Thew, EFE  / 

Strauss-Kahn: Esta é verdadeiramente uma crise mundial, ninguém escapa
Foto:  Shawn Thew, EFE


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