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 | 03/03/2009 08h08min

Comércio entre Brasil e Argentina mantém tendência de queda

Barreiras protecionistas preocupam governo brasileiro

As trocas comerciais entre Brasil e Argentina continuam caindo fortemente. Mantendo tendência verificada desde outubro do ano passado, as exportações brasileiras para o país vizinho recuaram  46,5% no primeiro bimestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, ficando em US$ 1,33 bilhão. As importações de produtos argentinos caíram 41,1%, somando US$ 1,27 bilhão.

Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, 10% das vendas do Brasil para a Argentina estão afetadas pelas barreiras comerciais impostas pelo governo de Cristina Kirchner, como medidas antidumping e licenças não-automáticas com prazos superiores aos 60 dias autorizados pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Em valores anualizados de 2008, isso representaria hoje US$ 1,5 bilhão de exportações.

As medidas protecionistas do país vizinho serão tratadas por técnicos dos dois países na próxima semana e, ainda neste mês, pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, durante visita de trabalho da líder argentina ao Brasil. O assunto foi tema de reunião entre ministros dos dois países, em reunião em Brasília no dia 17 de fevereiro.

Mas não são apenas as barreiras comerciais que preocupam o governo brasileiro. O Brasil também está  de olho na invasão de leite em pó argentino e abriu investigação, há 15 dias, para verificar práticas desleais de comércio, como triangulação e subfaturamento. No primeiro bimestre  do ano, as importações de leite argentino cresceram 11,7% em quantidade e 42,2% em valores (devido a uma queda de 34,7% no preço).

As maiores quedas, em quantidade, foram verificadas nas importações de automóveis (51,6%), máquinas e equipamentos (50,4%), trigo e outros cereais (49,2%), químicos diversos (48,4%) e combustíveis minerais (38,8%). Com relação às exportações do Brasil para a Argentina, destaque para o crescimento das vendas de siderúrgicos (8% em quantidade e 39,3% em valores graças a uma alta de 28,9% no preço). Os maiores recuos, em quantidade, ocorreram nos setores de ferro fundido (83,2%), borracha e obras (69%), automóveis (61,3%), elétricos e eletrônicos 956,9%) e máquinas e equipamentos (56,55).

 

AGÊNCIA BRASIL
 
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