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 | 25/02/2009 11h38min

Ajuste na avicultura de corte deve afetar consumo nacional de milho

Retração de alojamento pode reduzir o uso do cereal na atividade em 800 mil toneladas neste ano

O ajuste que vem sendo feito na avicultura de corte e postura nacional neste início de 2009 poderá afetar o consumo nacional de milho. O alerta foi feito pelo analista da agência Safras e Mercado Paulo Roberto Molinari.

O número preliminar de alojamento de pintos de corte em janeiro é de 418 milhões de cabeças – 10 milhões a menos em relação ao mesmo período de 2008. Em fevereiro, o volume de alojamentos é projetado pela Associação dos Produtores de Pintos de Corte (Apinco) em 411 milhões de cabeças.

– Se esta trajetória prosseguir para o primeiro semestre com alojamentos de 420 milhões de cabeças por mês e para o segundo semestre, sendo otimista, com 450 milhões de cabeças, o consumo de milho será diretamente afetado – projeta o analista.

Em 2008, o consumo interno de milho ficou próximo a 44,3 milhões de toneladas, com o alojamento de pintos de corte atingindo o pico próximo a 495 milhões de cabeças em outubro. Em 2009, com este novo perfil dos alojamentos, o consumo interno de milho poderá ceder em quase 800 mil toneladas.

– Também a suinocultura começa a tomar atitudes para controlar a oferta e o
consumo. O peso médio do suíno abatido esta sendo reduzido, o que também diminui
as necessidades de milho – completa Molinari.

Com essas duas medidas, o consumo estimado de milho passa a ser de 43,2 milhões de toneladas. Este volume de consumo ficará 1,1 milhão de toneladas abaixo de 2008. Se as exportações se mantiverem em 7,3 milhões de toneladas em 2009, o estoque final para 2010 subirá para seis milhões de toneladas, aproximadamente.

– Isso, é claro, considerando-se uma safrinha normal de 2009 em termos de produção – explica o analista.

 A União Brasileira de Avicultura (UBA) já trabalha com a redução de 15% nos alojamentos de pintos em janeiro, podendo chegar a 20% em março. O ajuste é para o setor se adequar à redução de 10% das exportações de carne de frango provocada pela crise financeira internacional. 

De acordo com o presidente da entidade, Ariel Mendes, a redução já está acontecendo desde outubro, no início da crise. Ele garante que o ajuste não afetou e nem vai afetar o preço ao consumidor.

O Brasil exportou US$ 7 bilhões com a carne de frango no ano passado. É o quarto produto da pauta de exportação do país, e o segundo no agronegócio, só perdendo para a soja. Segundo o presidente da UBA, a diminuição na exportação levou também a uma queda na receita total.

Apesar disso, Mendes afirma que o consumo doméstico de frango aumentou nos últimos meses, por causa, principalmente, dos altos preços da carne bovina.

AGÊNCIA SAFRAS
 
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