| 19/02/2009 03h25min
Demitido da representação do Estado em Brasília durante o escândalo do Detran, Marcelo Cavalcante teria sido convidado pela governadora Yeda Crusius para retomar a função. A viúva de Cavalcante, a empresária Magda Koenigkan, confirmou ontem que o marido, encontrado morto na terça-feira com indícios de suicídio, recebeu a proposta de Yeda numa reunião há duas semanas. A governadora esteve em Brasília nos dias 3 e 4.
Conforme Magda, Cavalcante recusou o convite por não querer trabalhar com a atual equipe de Yeda.
– Marcelo gosta muito da governadora, tem a governadora como uma pessoa muito íntegra, de muito respeito, mas ele disse que com a equipe que ela estava trabalhando ele não queria fazer parte não, ele faria parte se fosse a equipe do início, aquela equipe que ele formou junto – disse.
A assessoria da governadora informou na noite de ontem que ela já tinha registrado o que tinha a dizer sobre Cavalcante na nota oficial emitida na terça-feira,
quando o corpo dele foi encontrado no
Lago Paranoá, em Brasília. O ex-assessor estava desaparecido desde sábado.
Magda acredita que o encontro entre o marido e a governadora tenha ocorrido no escritório de representação do Estado na Capital Federal. Cavalcante havia comentado sobre a conversa também com um amigo de Porto Alegre. A empresária relembrou que o marido estava nervoso nos últimos dias por conta de um depoimento que supostamente prestaria ao Ministério Público Federal (MPF).
Desde que a morte de Cavalcante foi confirmada, informações sobre um possível depoimento dele ao MPF se tornaram tema de conversas entre integrantes e ex-integrantes do governo. Cavalcante foi exonerado depois de vir à tona que ele recebera uma carta do lobista Lair Ferst – réu no processo do Detran –, dirigida à governadora, na qual estavam relatadas supostas irregularidades na autarquia. À época, Cavalcante confirmou ter recebido a carta, mas negou tê-la encaminhado a Yeda. Um rascunho da carta de autoria de Ferst,
apreendido pela Polícia Federal,
foi considerado pela PF como uma “confissão extrajudicial” sobre o esquema criminoso no Detran.
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