| 18/02/2009 03h32min
Localizado na manhã de ontem, no Lago Paranoá, em Brasília, o corpo do ex-assessor do governo do Estado em Brasília Marcelo Cavalcante, 41 anos, será sepultado às 10h de hoje no cemitério Campo da Esperança, no Distrito Federal.
Desaparecido desde sábado, Cavalcante foi encontrado boiando, junto a uma das pilastras da ponte Juscelino Kubitschek, sobre o lago. Para os investigadores da 10ª Delegacia de Polícia Civil de Brasília, todos os indícios apontam para suicídio. Em nota, a governadora Yeda Crusius lamentou a morte do ex-colaborador, a quem define como “profissional de reconhecida capacidade, companheiro fiel e exemplar servidor”.
O carro dele, um, Toyota Corolla, já havia sido localizado na segunda-feira, estacionado nas proximidades do local. No veículo, que não apresentava sinais de arrombamento, os policiais encontraram documentos pessoais, cartões de crédito e dinheiro. Dois telefones celulares foram encontrados nos bolsos de Cavalcante. Familiares
notaram a falta de um relógio de
pulso e de um molho de chaves. Cavalcante teria se jogado da ponte, de uma altura de 25 metros, na madrugada de segunda-feira. Imagens das câmeras de segurança instaladas na Ponte Juscelino Kubitschek serão examinadas pela polícia.
Segundo relatos de parentes na ocorrência policial registrada na segunda-feira, Cavalcante teria telefonado no domingo à tarde para a mulher, Magda Koenigkon. Abalado emocionalmente, ele teria dito que “estava indo para outra vida”. Também no domingo, ele teria enviado uma mensagem de texto para o celular da filha, Marcela, usando termos semelhantes.
Ex-representante foi citado em CPI em razão de carta
Cavalcante havia sido exonerado pela governadora Yeda Crusius em junho passado, durante o escândalo do Detran. Em maio, tinha vindo à tona a informação de que Cavalcante havia recebido do lobista Lair Ferst uma carta dirigida a Yeda que detalharia irregularidades no Detran. O ex-assessor confirmou ter
recebido o documento, mas disse que não o encaminhou
a Yeda por não ter provas de sua veracidade.
Cavalcante atuava como assessor parlamentar do deputado federal Claudio Diaz (PSDB). A amigos, confessava guardar mágoa de Yeda.
Quem era Cavalcante |
> Carioca de nascimento, o assessor parlamentar Marcelo Oliveira Cavalcante mantinha uma profunda relação com a política gaúcha. Lotado no gabinete do deputado federal Claudio Diaz (PSDB) desde julho do ano passado, ele já havia trabalhado com outros três deputados do Estado: Luiz Roberto Ponte (PMDB), Nelson Marchezan e Yeda Crusius, ambos do PSDB. |
> Filho do servidor de carreira da Câmara Antônio Cavalcante, ele nasceu no Rio mas ainda na infância se mudou com a família para Brasília. Seguiu a mesma carreira do pai nos anos 80, quando passou a trabalhar no gabinete de Marchezan. |
> Em 1987, foi contratado por Ponte para atuar como motorista e ajudar em procedimentos burocráticos. Cavalcante ainda voltaria a trabalhar com Marchezan em 1994 – quando coordenou a campanha eleitoral do deputado no Estado. Logo em seguida passou a prestar serviços para a então deputada Yeda Crusius. |
> Após a vitória de Yeda nas eleições de 2006, foi nomeado chefe da Representação do governo do Estado em Brasília. No cargo, sua principal realização foi transferir o órgão de um escritório no centro da Capital Federal para um amplo imóvel no Lago Sul. Batizado por Cavalcante de “embaixada gaúcha”, o local foi inaugurado em 2007. Gremista e com curso de Educação Física incompleto, o ex-assessor tinha 41 anos. Era casado com Magda Koenigkon e tinha uma filha de 15 anos, Marcela, fruto de seu primeiro casamento. |
Corpo do ex-assessor foi encontrado no Lago Paranoá
Foto:
Carolina Bahia, Banco de Dados - 29/05/2007
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