| 23/01/2009 10h03min
Preocupada com a forte quebra da safra argentina de trigo, a indústria brasileira admite recorrer a outros mercados, mesmo que isso possa representar mais custos para o setor. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), Sérgio Amaral, considera que o governo vai ter de intervir no mercado para garantir as importações, e avalia de forma positiva a possível abertura do mercado brasileiro para o trigo da Rússia.
De acordo com o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de trigo deve atingir seis milhões de toneladas. A demanda interna é calculada em pelo menos 10 milhões, por isso a necessidade de importação. Mas o principal fornecedor do Brasil, a Argentina, deve ter a maior quebra de safra em 20 anos e enfrentar dificuldades para abastecer outros países.
O presidente da Abitrigo considera muito grande o risco do Brasil ficar sem o produto argentino, e admite a necessidade de buscar outros mercados. Sérgio Amaral avalia que o governo deve suspender temporariamente a tarifa de importação de países de fora do Mercosul, como fez no ano passado.
– È importante que haja essa suspensão com antecedência de forma a evitar uma medida de última hora, a dificuldade em negociar o melhor preço para o trigo se o setor tiver de comprar ou depressa ou durante um período muito curto de tempo como foi no ano passado – disse.
Outro país que manifestou interesse em vender trigo para o Brasil foi a Rússia. O Ministério da Agricultura brasileiro já deu aval positivo, dizendo que os russos têm condições de atender aos critérios sanitários. Para o presidente da Abitrigo, a abertura dos negócios com os russos é positiva, por tornar a oferta mais diversificada:
– Evidentemente, não há no Brasil a tradição de comprar trigo russo como existe a tradição de compra de outros lugares, como Estados Unidos e Canadá, mas eu acredito que vai ser examinado pela indústria para ver quais são as possibilidade e se é vantajoso.
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