A John Deere confirmou a demissão de 502 funcionários de sua fábrica de máquinas agrícolas em Horizontina, no Noroeste do Rio Grande do Sul. As dispensas pegaram de surpresa o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade.

No final de outubro do ano passado a empresa havia anunciado um corte em seu quadro de funcionários. Na ocasião a empresa informou que as demissões eram reflexo da crise financeira mundial e da seca prolongada na Argentina, maior comprador externo das máquinas fabricadas na unidade. Como a empresa planejara um crescimento de 30% na produção para 2009, havia contratado 300 pessoas em Horizontina nos segundo semestre de 2008. A partir de novembro, passaria a fabricar 24 colheitadeiras por dia, em vez das atuais 17.

A unidade de Horizontina tem 2,6 mil funcionários, que residem no município e em cidades vizinhas. Com a crise de 2005 e 2006, cerca de mil pessoas perderam o emprego no setor metalmecânico nos arredores de Horizontina. Essa mão-de-obra foi recuperada a partir de 2007, quando houve a reação do setor. Com as novas demissões, a unidade passa a contar com cerca de 1,9 mil funcionários.

Conforme a empresa, o salário será pago até 31 de janeiro, mas já nesta sexta-feira os trabalhadores desligados não foram trabalhar. O prefeito de Horizontina, Irineu Collato, afirmou que o município tentará recolocar os trabalhadores no mercado, já que aproximadamente metade dos demitidos são moradores da cidade.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina, Alcindo Kempfer, diz ter sido pego de surpresa com a notícia.

– Já havia boatos de demissões e tentávamos reunião com a direção da empresa desde o início de janeiro, mas não fomos recebidos.

No Rio Grande do Sul, a John Deere tem ainda uma fábrica de tratores em Montenegro.

Confira a íntegra da nota divulgada pela assessoria de imprensa da John Deere.

Comunicado - Horizontina

A John Deere comunicou hoje, dia 22 de janeiro, a demissão de 502 funcionários da fábrica de Horizontina.  A decisão foi necessária para readequar o nível de produção de colheitadeiras de grãos e plantadeiras da fábrica à demanda do mercado, diante da retração provocada pela crise financeira mundial e a seca na Argentina e Paraguai. 

Os efeitos da crise financeira tiveram grande impacto nas atividades econômicas em todo o mundo. Em 26 de novembro último, quando anunciou seus resultados para o ano fiscal de 2008, a John Deere projetou para o ano fiscal 2009 uma redução da demanda no mercado da América do Sul de 10 a 20%

No ano passado a John Deere contratou novos funcionários para aumentar a produção na fábrica de Horizontina, em sua unidade de tratores de Montenegro (RS), de colhedoras de cana em Catalão (GO), nos escritórios regionais de Porto Alegre, Ribeirão Preto, no Banco John Deere e no Centro de Distribuição de Peças em Campinas - SP.  O efetivo somado de todas as unidades da companhia no Brasil passou de 3.440 no início de 2008 para 3.764 funcionários no final de 2008, representando um aumento de 324 pessoas contratadas durante o ano.

A John Deere é uma empresa sólida e está acompanhando atentamente as reações do mercado, com a convicção de que a demanda de alimentos mundial deve manter seu crescimento e de que os países da  América do Sul têm grande potencial para aumentar sua participação no fornecimento de produtos agrícolas para o mundo. 

A John Deere é líder mundial na produção de equipamentos agrícolas e florestais e uma das maiores fornecedoras de produtos e serviços para construção, jardinagem e irrigação. A John Deere também oferece serviços de financiamento em escala mundial e produz motores usados em equipamentos pesados. Desde a sua fundação em 1837, a John Deere mantém seus valores de Integridade, Qualidade, Comprometimento e Inovação por todo o mundo.