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 | 17/12/2008 11h30min

Defesa Civil contabiliza prejuízos em SC

Ainda há problemas em Itapoá, Gaspar, Blumenau, Ilhota, Palhoça e Florianópolis

Atualizada às 15h39min

A Defesa Civil de Santa Catarina continua, na manhã desta quarta-feira, a contabilizar os prejuízos provocados pela chuva desta semana na Grande Florianópolis, Vale do Itajaí e Litoral Norte.

Segundo informações repassadas esta manhã, a situação mais grave é em Itapoá, no Norte. A SC-415, principal acesso à cidade, tem pontos de alagamento e está parcialmente interditada. Cerca de 20 pessoas estão em abrigos e outras 40 precisaram ir para casas de parentes e amigos.

Em Blumenau, no Vale do Itajaí, houve queda de barreira na Rua Progresso, no bairro de mesmo nome. Máquinas da prefeitura estão no local retirando a terra. Ninguém ficou ferido no deslizamento, que também não atingiu residências.

A Defesa Civil de Gaspar foi chamada em função de deslizamentos no bairro Gasparinho e na Avenida Jorge Lacerda, que também não provocaram maiores danos.

Em Joinville, as cerca de 20 mil pessoas que estavam desalojadas na terça-feira começaram a voltar para suas casas com a diminuição do nível das águas.

No Morro do Baú, em Ilhota, onde pessoas chegaram a ficar isoladas na terça-feira por causa de deslizamentos, a equipe da Defesa Civil já conseguiu chegar à área de acesso mais difícil, segundo o major Márcio Luiz Alves, diretor do órgão estadual.

— Já tiramos essas pessoas. Mas também existem pessoas que estão fugindo dos abrigos e acessando pelo mato, porque fizemos uma barreira policial para fazer com que pessoas não entrem em áreas de extremo risco. Mas algumas conseguem, porque conhecem a região melhor que as nossas equipes. E nós não temos informação precisa de quantos são e onde estão.

Segundo ele, as outras pessoas no local sob responsabilidade da Defesa Civil estão em áreas seguras.

— Há um controle hoje mais efetivo naquela área, que ontem ficou prejudicado pela dificuldade de acesso. E existem equipes da Polícia Ambiental desde o dia do desastre morando na comunidade para dar segurança.

Os bombeiros continuam a procura por corpos na região do Baú. Pelo menos oito pessoas estão desaparecidas no local.

Em Palhoça, cerca de 120 moradores de 32 apartamentos do condomínio Nova Cidade, que foi interditado na segunda-feira após um deslizamento de terra, continuam sem poder voltar para suas casas até que a recuperação da encosta seja concluída.

— Já está encaminhado um projeto para que façam um muro de contenção. Imagino que no máximo em uns 90 dias a área esteja recuperada. Nós dependemos do tempo _ disse o secretário de Infra-estrutura de Palhoça, Aroldo Heiderscheidt.

Segundo ele, a maioria das pessoas está na casa de parentes e amigos, mas cinco famílias precisaram ser abrigadas no Colégio Dom Jaime Câmara.

No local também estão seis famílias que moravam no bairro Terra Fraca e que precisaram sair de casa por causa de deslizamentos ocorridos no dia 21 de novembro e na última segunda-feira. No total, cerca de 20 casas precisaram ser desocupadas. A maioria das pessoas está em casas de parentes e amigos. Segundo o secretário, as famílias não poderão voltar a morar na área.

— É uma área de risco e a prefeitura está viabilizando outra área segura para que lá construa casas para tirar essas pessoas definitivamente. A gente não vai permitir que elas retornem, senão o problema vai surgir novamente.

Aroldo Heiderscheidt disse ainda que os moradores da cidade também enfrentam problemas com a malha viária, bastante danificada em função da chuva. 

— A gente está procurando pelo menos manter os acessos pra que os ônibus não parem de circular.

Em Florianópolis, cerca de 15 ruas continuam alagadas, a maioria no bairro Campeche, no Sul. Algumas famílias precisaram deixar suas casas. Também foram registrados novos deslizamentos e quedas de árvores no Morro das Pedras. No Rio Vermelho, famílias foram orientadas a deixar suas casas devido ao risco de deslizamento, segundo a Defesa Civil do município.

De acordo com Cíntia Fagundes, coordenadora da Defesa Civil de São José, em vários bairros da cidade há risco de deslizamentos de terra, que podem atingir residências. 

— Tem pontos na Fazenda Santo Antônio, bairro Areias, José Nitro, Jardim Solemar, Jardim Zanelato. São áreas criticas.

Cíntia disse que nenhuma família precisou deixar sua casa por causa da chuva desta semana, mas que ainda há algumas pessoas desalojadas devido às chuvas de novembro. Elas tiveram suas casas atingidas por deslizamentos.

Previsão

Segundo o major Márcio Luiz Alves, a situação ainda é grave no Estado, mas a previsão é de que a chuva diminua nas próximas horas. Mas ainda há possibilidade de deslizamentos. 

— Temos situações em que há muitos deslizamentos, terrenos estão descobertos e qualquer chuva pode agravar. Segundo ele, 24 profissionais da área de geologia, contratados pela Defesa Civil através da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estão monitorando o risco de novos deslizamentos no Estado.

Gasoduto

Sobre a possibilidade de o rompimento do gasoduto Brasil-Bolívia ter provocado deslizamentos de terra no Morro do Baú, em Ilhota, o major disse que todas as possibilidades são consideradas, mas que acredita que não há relação entre os dois.

— Vou dar o meu parecer técnico com equipes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Não há nenhuma relação de desabamentos. Porque não houve explosão, e sim rompimento. Eu afirmo categoricamente que não há essa relação. Não houve deslocamento de terra em volta do local onde houve a ruptura do duto, o que seria natural com a explosão.

CBN/DIÁRIO
 
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