A captura da ex-candidata presidencial Íngrid Betancourt começa a se refletir até mesmo na economia colombiana.

A idéia generalizada é que, a partir de agora, os dias serão de prosperidade. Mais em razão do enfraquecimento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) do que propriamente da captura dos 15 reféns - entre eles, Íngrid.

Efetivamente, transcorridas as primeiras 24 horas do resgate, os mercados cambiário e de ações reagiram com uma maior apreciação do peso colombiano (a moeda local), e o Índice Geral da Bolsa (Igbc), subiu 1,91% na sexta-feira, enquanto outras bolsas, no mundo, caíam.

Um dos setores mais afetados e golpeados pelos grupos rebeldes é o da pecuária. O principal líder do Federação Nacional dos Pecuaristas (Fenegan, na sigla em espanhol), José Félix Lafaurie, definiu a desestruturação das Farc como um alívio.

— Isso se verá refletido no crescimento econômico, já que a confiança dos investidores ficará mais sólida a partir das demonstrações de segurança democrática — disse ele.

De acordo com o presidente da Federação Colombiana de Avicultores (Fenavi), Jorge Enrique Bedoya, a liberdade desses colombianos significa novas perspectivas econômicas.

Sem Uribe no páreo, Íngrid lidera em pesquisa

O próprio governo se diz mais confiante para a aprovação de um Tratado de Livre Comércio (TLC) negociado faz anos com os Estados Unidos.

Íngrid lidera as intenções de voto para a Presidência da Colômbia, mostrou pesquisa divulgada ontem pela revista colombiana "Semana". A ex-refém tem 31% das intenções de voto contra 15% do ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, cotado para disputar as eleições de 2010. Caso o presidente Álvaro Uribe consiga mudar a legislação para concorrer a um terceiro mandato, ela ficaria em um distante segundo lugar, com 9% contra 72% do atual presidente. Nesse cenário, Santos teria 3% dos votos.

Ontem, o governo revelou que um diplomata suíço aparece como portador de US$ 500 mil confiscados com as Farc e reiterou que não houve pagamento para o resgate de Íngrid e os outros 14 reféns na quarta-feira.