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Ordem dos franciscanos teme ataque à Igreja da Natividade

Frade catarinense está no templo em Belém, cercado há quatro dias pelo exército de Israel

Pelo quarto dia consecutivo, as tropas de Israel mantiveram o cerco à Igreja da Natividade, em Belém, onde mais de 200 palestinos estão sitiados. Nesta sexta-feira, dia 5, autoridades militares israelenses pediram, usando um megafone, que os militantes se rendam e prometeram que eles serão tratados com "respeito e dignidade". Traços de balas cortaram durante a noite os céus da cidade, pontuados por rajadas de metralhadoras vindas da área da Praça da Manjedoura.

O padre Youssef, do monastério que fica dentro da Igreja da Natividade, afirmou não acreditar que os tiros visassem o prédio sagrado, construído no local em que, segundo os cristãos, teria nascido Jesus Cristo. Israelenses e palestinos trocaram acusações sobre a danificação de locais sagrados em Belém, cujo lado palestino foi reocupado por Israel como parte da ofensiva iniciada há uma semana. Israel prometeu não atacar a Igreja da Natividade e acusou os atiradores palestinos de a usarem como abrigo em meio a freiras e padres, fazendo-os, na prática, reféns. Até agora, a igreja foi preservada, mas houve violentos enfrentamentos nas proximidades dela.

O exército de Israel disse ter ajudado quatro padres a escaparem da igreja da Natividade. Eles conseguiram fugir sem serem notados pelos atiradores palestinos que se refugiam na igreja. Segundo Israel, soldados não entraram na igreja, mas não deu outros detalhes de como eles saíram ou qual seria sua nacionalidade. Um dos padres afirmou que algumas das pessoas dentro da igreja estavam doentes.
 
O frade franciscano Sabbara Amjad, de Belém, afirmou nesta sexta que os religiosos no interior da igreja da Natividade não são "reféns" de militantes palestinos armados, como afirmou o exército israelense.
" Não é verdade. Não somos reféns " disse o religioso.

Os religiosos estão cercados na igreja pelas forças israelenses ao lado de pelo menos 200 palestinos refugiados. Entre os cerca de 40 religiosos está o frade catarinense Marcos Koneski, de 65 anos. Na quinta-feira, em conversa com ZH, ele negou categoricamente a existência de civis no grupo de palestinos. Nesta sexta, ele teria conversado com colegas da Província Franciscana Imaculada Conceição, em São Paulo, e dito que estava bem.

Em Roma, o porta-voz da ordem dos franciscanos, David Jaeger, anunciou que teme um ataque "iminente" do exército israelense à igreja.

– Circulam comentários dizendo que o exército israelense decidiu oficialmente considerar os religiosos em serviço na Igreja da Natividade como reféns. Tememos que seja uma tentativa de legitimar um ataque armado, talvez iminente – declarou Jaeger.

 
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