| 30/03/2002 17h38min
Na primeira manifestação sobre os últimos conflitos no Oriente Médio, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que pode enviar tropas federais para a área de Ramallah, na Cisjordânia, se os países empenhados nas negociações de paz no Oriente Médio solicitarem a ajuda do Brasil para uma intervenção militar na região.
O presidente também fez uma crítica indireta ao governo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, por ter endossado a decisão do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de confinar em Ramallah o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Yasser Arafat. Embora tenha admitido a possibilidade de apoiar uma eventual intervenção militar na Cisjordânia, FH defendeu prioridade às gestões de paz.
Neste sábado, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota na qual informa que o governo brasileiro acompanha com atenção e manifesta sua intensa preocupação com a escalada da violência em Israel e nos territórios palestinos.
– Leia a íntegra da
nota:
"O governo brasileiro acompanha com atenção e manifesta sua intensa preocupação com a escalada da violência em Israel e nos territórios palestinos, que afeta duramente as populações civis dos dois lados, e reitera sua firme convicção de que a ação militar e os atos indiscriminados de terrorismo colocam em risco uma solução definitiva e pacífica para o conflito no Oriente Médio.
Nesse quadro, o governo brasileiro deplora vivamente os ataques realizados contra a infra-estrutura da Autoridade Nacional Palestina, que ameaçam a própria incolumidade física do Presidente Yasser Arafat e sua capacidade de intervenção efetiva como interlocutor do processo de paz na região.
O governo brasileiro está em contato com as partes interessadas e se junta aos chamamentos da comunidade internacional em prol das iniciativas em curso com o objetivo de frear a espiral de violência e de atingir uma paz justa e duradoura que assegure a existência do estado
de Israel dentro de fronteiras seguras e
conhecidas internacionalmente e o direito inalienável do povo palestino a um estado independente, democrático e economicamente viável".
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