| 30/03/2002 11h45min
O líder palestino, Yasser Arafat, está completamente isolado no quartel-general em Ramallah, na Cisjordânia. As linhas telefônicas foram cortadas, e o prédio está sem água e energia elétrica. O local está cercado por tanques israelenses desde esta sexta-feira, 29 de março.
Neste sábado, o Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução em que pede a retirada imediata das tropas israelenses de Ramallah. O documento foi aprovado por 14 votos.
Uma das mais dramáticas batalhas dos últimos tempos na região começou nesta sexta, quando tanques israelenses ocuparam o centro político da Autoridade Nacional Palestina (ANP), em Ramallah, na Cisjordânia, e desmantelaram o quartel-general de Arafat. Do interior de um bunker, em meio ao bombardeio, Arafat tentou liderar a resistência, mas acabou sitiado. A megaofensiva – 120 tanques invadiram Ramallah – ocorreu um dia depois de a Liga Árabe aprovar um plano apresentado pelo governo saudita para a paz no Oriente Médio. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, rejeitou de imediato a proposta, que, segundo ele, significaria o fim do Estado judeu.
Sharon convocou uma reunião com o objetivo de discutir uma resposta aos sangrentos atentados suicidas que mataram mais de 25 israelenses nos últimos dois dias. Depois da reunião, Sharon declarou Arafat inimigo. O toque de recolher foi imposto em Ramallah, uma cidade de 210 mil habitantes, e o fornecimento de água e energia elétrica foi prejudicado. Um prédio no qual funcionavam escritórios de imprensa foi invadido pelos militares, que expulsaram os jornalistas. Nas ruas, palestinos juravam proteger Arafat a todo custo. Durante toda a ofensiva, morreram pelo menos 11 pessoas – nove palestinos e dois soldados israelenses. Só no complexo da ANP morreram sete pessoas. Sharon advertiu que a ofensiva durará várias semanas.
Paralelamente, um atentado a um supermercado em um subúrbio de Jerusalém na sexta-feira, dava sinais de como pode ser a reação de extremistas. Além da suicida, duas pessoas morreram. Também em Jerusalém, a polícia israelense ingressou na área onde se localiza a mesquita de Al-Aqsa, um dos locais mais sagrados dos muçulmanos em Jerusalém Leste, a fim de conter um protesto. Os palestinos reagiram com pedras e foram dispersados com bombas de gás lacrimogêneo. Os EUA apoioaram a ofensiva israelense a Ramallah e responsabilizaram Arafat pela violência na região. O secretário de Estado Colin Powell disse que a crise foi desencadeada pelos atentados em Israel. Nesta sexta, as autoridades militares israelenses foram autorizadas pelo Executivo a mobilizar 20 mil reservistas.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.