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Um dos assessores de Ariel Sharon, Ra'anan Gissin, afirmou que não há intenção de matar o líder palestino Yasser Arafat, que está em seu quartel-general, em Ramallah. O local está sob fogo e pelo menos seis pessoas já teriam morrido. Segundo Gissin, a intenção de Israel é reforçar a pressão para que o líder palestino ponha fim aos atentados contra alvos judeus.
Ramallah foi tomada na madrugada desta sexta-feira, 29 de março, em retaliação a atentandos promovidos por terroristas palestinos e que deixaram pelo menos 26 mortos nos últimos dias. Em entrevista coletiva, Sharon disse que Arafat é um inimigo e lançou uma ofensiva contra o terror. Arafat considerou as afirmações uma declaração de guerra e disse que morreria como um mártir.
A invasão de Ramallah foi decidida depois de uma reunião de emergência do gabinete de Sharon. Os tanques entraram na cidade pelo Norte, percorrendo três caminhos diferentes. Durante a invasão, oito palestinos, todos membros das forças de segurança, foram feridos. Homens das forças especiais israelenses também teriam participado da operação militar. Pouco antes, Arafat havia declarado estar pronto para “um cessar-fogo imediato”. Durante entrevista, ele afirmou ter dito ao enviado especial norte-americano Anthony Zinni que estaria pronto para negociar a trégua sem impor condições. Israel ironizou a proposta
Horas antes, a Liga Árabe aprovou um plano proposto pelo governo saudita para a paz no Oriente Médio, rejeitado pelas autoridades israelenses. A chamada Declaração de Beirute, lida pelo ministro libanês da Cultura, Ghassan Salameh, adotou a proposta feita pelo príncipe saudita Abdullah bin Abdel Aziz. O texto oferece a Israel “relações normais” em troca da retirada israelense dos territórios ocupados em 1967 (Cisjordânia, Faixa de Gaza, Sinai e as Colinas do Golan). O documento afirma que Israel deve aceitar a criação de um Estado palestino e concordar com uma “solução justa” para o problema dos refugiados, segundo determina a resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1948. A medida estabelece que os 3,7 milhões de refugiados palestinos sejam repatriados. Israel sempre rechaçou o regresso dos refugiados palestinos, com o argumento de que a volta alteraria o equilíbrio demográfico do país a favor dos árabes.
Hoje, com a volta do recrudescimento da violência na região, 13 grupos armados palestinos anunciaram que irão resistir. A Frente Popular para Libertação da Palestina (FPLP) ameaçou atacar israelenses pelo mundo. Esta é a operação mais violenta promovida pelo governo de Sharon desde o início da segunda Intifada (levante palestino), em setembro de 2000. A atual fase de ataques mútuos teve o estopim quando Sharon visitou o Monte do Templo, local mais sagrado de Jerusalém para palestinos – que o chamam de Esplanada das Mesquitas – e judeus. Hoje, a polícia israelense ingressou no local depois que os palestinos jogaram pedras em fiéis judeus reunidos no Muro das Lamentações. Não há informações sobre vítimas.
Mas atentados nesta sexta-feira já deixaram pelo menos 10 vítimas. Em um supermercado de Jerusalém, uma jovem palestina de 16 anos detonou uma bomba. Houve pelo menos três mortes e 20 feridos. As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, uma milícia ligada ao movimento Fatah, de Arafat, assumiram a responsabilidade pelo ataque. Outros incidentes deixaram pelo menos sete mortos. Em Nablus, na Cisjordânia, cinco israelenses morrream depois que um palestino abriu fogo. O atirador foi morto pelo exército. Em outro atentado, dois israelenses morreram numa colônia da Faixa de Gaza. O atirador palestino conseguiu fugir.
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