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 | 29/03/2002 12h44min

Líder gaúcho do MST está em cidade ocupada por Israel

Tensão entre palestinos e israelenses aumenta depois de ocupação de Ramallah

Um dos coordenadores estaduais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) gaúcho, Mário Lill, testemunhou o ataque ao escritório do líder palestino Yasser Arafat, em Ramallah, na Cisjordânia. Lill está hospedado na cidade ocupada por tropas israelenses durante a madrugada desta sexta-feira, 29 de março. O hotel fica a poucas quadras do quartel-general de Arafat. O agricultor integra um grupo de 30 trabalhadores rurais que foram à Cisjordânia prestar solidariedade ao povo palestino. O agricultor e ativista francês José Bove também faz parte da comitiva. Segundo Lill, tanques se aproximaram de seu hotel e cortaram a energia elétrica de residências das imediações.

Ramallah foi tomada em retaliação a dois atentandos promovidos por terroristas palestinos e que deixaram pelo menos 26 mortos nos últimos dias. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o primeiro ministro de Israel, Ariel Sharon, disse que Arafat é um inimigo e lançou uma ofensiva contra o terrorismo. Arafat considerou as afirmações uma declaração de guerra e disse estar disposto a morrer como um mártir. O quartel-general que Arafat ocupa está sob fogo e pelo menos seis guardas-costa já teriam morrido hoje. Outras 40 pessoas estariam feridas. O exército israelense teria perdido um oficial e quatro soldados também teriam se ferido.

Treze grupos armados palestinos já anunciaram que irão resistir ao recrudescimento da violência. A Frente Popular para Libertação da Palestina (FPLP) ameaçou atacar cada israelense no mundo inteiro depois da ofensiva militar em Ramallah. Esta é a operação mais violenta promovida pelo governo de Sharon desde o início da segunda Intifada (levante palestino), em setembro de 2000. A atual fase de ataques mútuos teve o estopim quando Sharon visitou o Monte do Templo, local mais sagrado de Jerusalém para palestinos – que o chamam de Esplanada das Mesquitas – e judeus. Hoje, a polícia israelense ingressou no local depois que os palestinos jogaram pedras em fiéis judeus reunidos no Muro das Lamentações. Não há informações sobre vítimas.

Mas atentados nesta sexta-feira já deixaram pelo menos 10 vítimas. Em um supermercado de Jerusalém, uma jovem palestina de 16 anos detonou uma bomba. Houve pelo menos três mortes e 20 feridos.  As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, uma milícia ligada ao movimento Fatah, de Arafat, assumiram a responsabilidade pelo ataque. Outros incidentes deixaram pelo menos sete mortos. Em Nablus, na Cisjordânia, cinco israelenses morrream depois que um palestino abriu fogo. O atirador foi morto pelo exército. Em outro atentado, dois israelenses morreram numa colônia da Faixa de Gaza. O atirador palestino conseguiu fugir.

 
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