| 06/05/2008 10h20min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na segunda-feira que a classificação do Brasil como grau de investimento pela agência de rating Standard & Poor’s “não é uma panacéia que vai resolver todos os problemas do país”.
— Mas, ao mesmo tempo, não é uma maldição cambial — acrescentou.
Ele afirma que, no momento, é difícil prever se haverá ou não uma enxurrada de capitais externos, mas garantiu que o capital especulativo não é bem-vindo.
— O que nós não queremos é que haja fluxo especulativo. Isso não é desejável — disse Mantega.
Ele admite que a condição de grau de investimento embute o risco de maior ingresso de capitais, inclusive especulativo, em busca de ganho financeiro no Brasil.
O ministro relativiza a questão com o seguinte raciocínio: a crise imobiliária americana atua como fator de inibição do fluxo de capitais.
— Não podemos nos esquecer que existe uma escassez de
recursos no exterior devido à crise do subprime.
Adicionalmente, como
lembrou, o governo introduziu, em março passado, a alíquota de 1,5% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no ingresso de capital estrangeiro para aplicação em renda fixa e títulos do Tesouro.
— O IOF já reduz a rentabilidade do capital de curto prazo — comentou.
Por isso, Mantega disse que “no momento” não há uma intenção do governo para modificar regras tributárias para afugentar o capital especulativo, como o aumento imediato de alíquota do IOF ou limitar a isenção do Imposto de Renda apenas para os investidores estrangeiros que apliquem em títulos públicos e aceitem deixar o dinheiro no país por mais longo prazo.
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