| 14/09/2005 22h31min
A prefeitura de Caxias do Sul foi derrotada na Justiça comum nesta quarta, dia 14, no recurso que moveu tentando reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que em março de 2002 confirmou o Figueirense na primeira divisão. Os auditores da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado não quiserem sequer avaliar o mérito da questão e decidiram por unanimidade (três votos) não levar o processo adiante.
O procurador geral do município, Lauri Romário Silva, adiantou que a prefeitura irá recorrer da decisão ainda na esfera estadual e, se não obtiver êxito, levará o caso para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
A confusão começou no dia 22 de dezembro de 2001. Figueirense e Caxias disputavam uma partida válida pela última rodada da Série B. O Caxias jogava pelo empate para subir à Série A. Antes do apito final, aos 46min50s, a torcida do Figueirense invadiu o gramado do Orlando Scarpelli para comemorar a vitória por 1 a 0. O árbitro o paulista Alfredo dos Santos Loebeling desceu aos vestiários dizendo que o jogo não havia terminado. Cerca de 20 minutos mais tarde, disse que não voltaria mais ao campo alegando falta de segurança.
A decisão de Loebeling de não continuar a partida gerou suspense. Os dois clubes aguardavam com expectativa o que o juiz relataria na súmula. Se escrevesse que o jogo havia sido encerrado, o Figueirense ficaria com a vaga. Se escrevesse que o jogo havia sido suspenso por falta de segurança, o Caxias teria margem para pedir a impugnação da partida. O clube gaúcho, aliás, estava confiante devido a gravações de áudio e vídeo na qual a arbitragem garantia que a partida estava suspensa e não encerrada.
Mas não foi isso que Loebeling relatou na súmula. No dia 27 de dezembro veio à público o conteúdo do documento. O juiz afirmava que a invasão havia ocorrido depois de encerrado o jogo. O árbitro acabou punido, mas a decisão do STJD foi mantida.