| 07/10/2009 09h26min
Após colherem a segunda maior safra de grãos da história, os agricultores brasileiros começam o novo plantio com expectativa de ampliar a produção em até 6,5 milhões de toneladas. É o que indica o primeiro levantamento do ciclo agrícola 2009/10, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e divulgado nesta quarta, dia 7, pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Com isso, o Brasil deve colher no próximo ano entre 139,06 e 141,62 milhões de toneladas, ou de 2,9% a 4,8% a mais que as 135,16 milhões de toneladas da safra passada.
O aumento da produção se deve à recuperação da produtividade, considerando que, na safra anterior, a estiagem nos principais Estados causou perdas, principalmente às culturas de milho e soja. Já a área plantada vai ficar entre 47,35 (-0,7%) e 48,06 milhões de hectares (+0,7%).
– Nossa expectativa é que não tenhamos tantos problemas climáticos como no ano passado. Isso ajuda o Brasil a se aproximar do recorde de 144,1 milhões de toneladas – diz o presidente da Conab, Wagner Rossi.
Segundo ele, se confirmadas as estimativas, o destaque desse período será a soja, que poderá bater mais um recorde.
O baixo preço do milho no mercado deve fazer com que as lavouras de soja ocupem parte da área que era destinada ao cereal. A previsão é de que os sojicultores cultivem de 22,28 (+2,6%) a 22,65 milhões de hectares (+4,2%). A produtividade média sobe 6,3%, atingindo 2,794 mil quilos por hectare. No total, a colheita deve ser concluída entre 62,26 (+9,1%) e 63,27 milhões de toneladas (+10,8%).
A produção do feijão primeira safra também deve crescer entre 5,5% e 8,5%, atingindo de 1,42 a 1,46 milhão de toneladas, com destaque para as lavouras do Paraná e São Paulo. Os paranaenses devem aumentar a produtividade em 34,2%, colhendo cerca 1.390 quilos por hectare. Já os paulistas aumentam a área entre 15% e 20%, chegando a 103,6 mil hectares.
Os plantios de
algodão, arroz e milho primeira safra devem
registrar diminuição de área. O primeiro cai entre 10,6% e 4,4%, ficando entre 753,4 a 805,6 mil hectares. A produção (pluma e caroço) está calculada entre 2,89 e 3,10 milhões de toneladas. Depois de uma produção recorde, a colheita de arroz também sofrerá queda, ficando entre 12,15 (-3,9%) e 12,27 milhões de toneladas (-2,9%). Já a área será mantida em 2,9 milhões de hectares. O milho primeira safra ocupará de 8,49 (-8,2%) a 8,71 (-5,7%) milhões de hectares. A produção deve ficar entre 32,79 a 34,04 milhões de toneladas.
Para o Sul do país, a Conab estima produção entre 57,85 (+8%) e 59,02 milhões de toneladas (+10,2%). No Sudeste, a colheita fica entre 16,35 (-3,7%) e 16,96 milhões de toneladas (-0,2%). Já no Centro-Oeste, o intervalo é de 48,89 (-0,4%) a 49,67 milhões de toneladas (+1,2%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 18 de setembro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, onde o plantio começa em dezembro, foram
considerados os dados de área da
safra anterior e a produtividade média dos cinco últimos anos, descartando os anos atípicos.