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 | 01/06/2009 17h54min

Ícone americano, GM pede concordata e promete "novo começo"

Empresa não foi capaz de reestruturar sua dívida, como tinha exigido o governo americano

A montadora General Motors (GM) pediu nesta segunda-feira a maior concordata industrial da história dos Estados Unidos, mas a direção da empresa assegurou que o dia de hoje ficará marcado como o "novo começo" da centenária companhia, que durante décadas foi sinônimo da prosperidade americana.

Ícone da economia dos EUA, a GM pediu concordata hoje em um tribunal de Nova York por não ter sido capaz de reestruturar sua dívida, como tinha exigido o governo americano.

"O conselho de administração da GM lamenta que este caminho tenha sido necessário apesar dos esforços de muitos. Hoje é um novo início para a companhia", afirmou o presidente de seu conselho de administração, Kent Kresea, por meio de um comunicado.

Em termos similares se expressaram o presidente americano, Barack Obama, e o executivo-chefe da GM, Fritz Henderson.

Em um discurso transmitido para todo o território americano, Obama afirmou que o plano de concordata da montadora permitirá a viabilidade futura da companhia, que renascerá "mais forte do que nunca".

Henderson, por sua vez, disse que "hoje é um momento-chave para a reinvenção da GM como uma companhia menor, mas mais atenta ao consumidor e mais competitiva que, sobretudo, possa gerar resultados positivos rapidamente".

A nova GM que emergirá da concordata será radicalmente distinta da velha empresa que dominou o setor durante décadas. Ficará sob a tutela estatal e terá metade de suas oito marcas — Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC permanecem, Pontiac, Saturn, Saab e Hummer desaparecerão por meio de vendas ou simplesmente mediante o fechamento.

Demissões

Para começar, a montadora fechará 11 fábricas nos EUA e interromperá temporariamente as atividades de outras três, o que significará o fim de mais de 20 mil postos de trabalho.

Além disso, a companhia eliminará 2,4 mil concessionárias, ficando com pouco mais de 3,6 mil.

Os advogados da GM apresentaram um documento de 24 páginas no Tribunal de Falências de Nova York o qual detalha quais fábricas serão fechadas até 2010, quem são os credores, quais são seus ativos, avaliados em US$ 82,3 bilhões, e sua dívida financeira, no valor de US$ 172,8 bilhões.

Os principais credores da GM são uma companhia fiduciária que tem bônus no valor de US$ 22 bilhões e o sindicato do setor automotivo United Auto Workers (UAW), a quem a montadora deve US$ 20,6 bilhões para o financiamento da assistência de saúde dos aposentados da empresa.

Pouco após pedir concordata, a montadora disse que chegou a acordos com o Departamento do Tesouro dos EUA e as autoridades canadenses "para acelerar sua reinvenção e criar uma 'Nova GM' menor e mais forte".

Como estava previsto, a empresa solicitou no tribunal a aprovação da manutenção das garantias de seus veículos. Elas estão sendo respaldadas pelos governos dos EUA e do Canadá.

Durante uma entrevista coletiva de quase uma hora, Henderson se manteve otimista sobre o futuro da gigante industrial americana.

— Hoje, a velha GM é história. Hoje, começa a nova General Motors — declarou.

Para o executivo-chefe da companhia, a nova empresa será menor, mas mais concentrada em produtos e seus clientes, aos quais pediu para que não abandonem a centenária fabricante neste momento.

— Quero que nos deem outra oportunidade — afirmou.

Segundo Henderson, "o mais difícil" do processo foi o fechamento de fábricas e a eliminação de milhares de postos de trabalho.

Em relação às subsidiárias da GM fora dos EUA e do Canadá, o executivo-chefe disse que as "operações no México não estão incluídas na concordata", mas reconheceu que estão afetadas pela queda da demanda em território americano.

Henderson repetiu que o pedido de concordata "não terá nenhum impacto" na Europa, América do Sul ou Ásia e que as subsidiárias destes continentes continuarão operando "sem interrupções".

EFE
Michael Reynolds, EFE  / 

Obama disse que o plano de concordata da montadora permitirá a viabilidade futura da companhia, que renascerá "mais forte do que nunca"
Foto:  Michael Reynolds, EFE


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