| 27/04/2009 18h39min
O governo federal redobra a fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras do Brasil para evitar a entrada da gripe suína. Segundo o ministério da Agricultura, não há nenhum caso de animais infectados no país. Autoridades nacionais e internacionais garantem que é seguro consumir carne suína.
Atento aos sinais de alerta emitidos pela Organização Mundial de Saúde, no fim de semana, o governo criou um Gabinete de Permanente Emergência para tomar medidas que contenham a entrada da gripe suína no país. A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura anunciaram a intensificação da fiscalização em portos, aeroportos e fronteiras – controlando a entrada de passageiros e de produtos de origem suína. Para evitar a doença, o governo adotou o plano de contingência preparado em 2006 para barrar a gripe aviária. Informativos e máscaras de proteção vão ser distribuídos a partir desta terça nos principais aeroportos do país.
– Começamos por Guarulhos, levantamos os vôos de conexão e até ontem (domingo) estimávamos sete mil passageiros chegando por dia dos Estados Unidos e México. Isso vai ser estendido para todos os aeroportos do país, até porque têm pessoas que não desembarcam nesses aeroportos e chegam na sua cidade por conexão ou escala – informou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Peres.
Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros casos de gripe suína apareceram no México no começo de março, mas só neste fim de semana as autoridades internacionais foram comunicadas. A doença já matou centenas de pessoas e contagiou outras dezenas nos Estados Unidos, Canadá, Espanha e Inglaterra. Nenhum caso foi confirmado até agora no Brasil, no entanto o Ministério da Saúde recomenda a passageiros que chegaram do Exterior nos últimos 10 dias que, em caso de febre, dor de cabeça e muscular, procurem um posto da Anvisa nos aeroportos.
A Organização Internacional de Saúde Animal não foi informada sobre a ocorrência da doença entre animais – apenas humanos apresentaram o vírus da gripe suína. Por isso, o governo brasileiro avisa que a população não precisa ter medo de consumir carne suína.
– A sanidade dos animais está totalmente comprovada até este momento. Então não existe nenhuma preocupação, não temos que parar de comer carne de porco, nada disso. O Ministério da Agricultura está em constante contato com a OIE, então está tudo tranqüilo – afirma o diretor-geral da Anvisa, Agenor Álvares.
Os fiscais agropecuários garantem que o vírus não sobrevive após a carne ter sido cozida ou assada. E como o Brasil importa apenas produtos embutidos, como o presunto, por isso, não há com o que se preocupar. Mas cuidados são recomendados, principalmente com os animais criados sem os devidos padrões de higiene.
– Nós gostaríamos de fazer um chamamento para as prefeituras e governos estaduais para cuidado com os seus lixões, que são as criações que têm acesso a esses locais, as chamadas criações irregulares. Em alguns lixões é comum ver a criação de suínos. Isso, sim, representaria um risco sanitário de enorme propagação no caso da doença ingressar no nosso território – avisa o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários, Wilson Roberto de Sá.
CANAL RURAL
O diretor-presidente da Anvisa, Agenor Alvares, mostra panfleto com informações sobre a gripe suína que será distribuído em aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo
Foto:
Elza Fiúza, Agência Brasil