| 18/04/2009 12h09min
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou neste sábado que, além de "muito o que aprender", tem "muita vontade de ouvir" os líderes da União de Nações Sul-americanas (Unasul).
Num encontro cordial antes de uma das sessões da Cúpula das Américas, o presidente americano voltou a apertar mão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a quem cumprimentou com um amistoso "Como estás?".
Chávez, que estava sentado numa das extremidades da mesa da reunião — cujo assento central era ocupado por Obama —, levantou-se para entregar ao colega americano o livro As Veias Abertas da América Latina, do uruguaio Eduardo Galeano.
O começo do encontro foi marcado por um tumulto envolvendo os jornalistas que tentavam entrar na sala. Na confusão, alguém acabou deixando o local às escuras, e Obama, brincando, perguntou: "Rapazes, quem apagou a luz?".
Depois, o presidente americano disse que sua intenção na Cúpula das
Américas era discutir assuntos como a energia, a segurança e
a economia.
Após o fim da reunião com os líderes da Unasul, integrada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, teve início a primeira das três sessões plenárias programadas para hoje na Cúpula das Américas.
Paralelamente a destas sessões, Obama tentará se reunir com o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, e com os presidentes do Haiti, René Préval, Peru, Alan García, Colômbia, Álvaro Uribe, e Chile, Michelle Bachelet.
As discussões centrais |
CUBA |
O presidente cubano não estará presente na reunião – o país é o único que não integra a Organização dos Estados Americanos (OEA). Nem por isso, deixará de entrar na pauta. Aliás, a situação de Cuba, que desde 1962 sofre um embargo comercial americano, deverá aparecer no discurso de muitos governantes latino-americanos – que já haviam pedido a Obama uma suavização das medidas em relação à ilha. |
RELAÇÕES VENEZUELA / EUA |
A Venezuela fornece cerca de 10% do petróleo importado pelos Estados Unidos. Ainda assim, os dois países viveram uma guerra de palavras durante o governo de George W. Bush, a quem o venezuelano Hugo Chávez se referiu como “diabo” em um discurso nas Nações Unidas. Sobre o atual presidente americano, Barack Obama, foi sucinto. “Ele é o líder do seu país e será um dos muitos que terei a oportunidade de conhecer”, afirmou. |
CRISE ECONÔMICA |
A crise econômica será o principal tema em discussão. Além de avaliar o seu impacto, os países também deverão definir medidas que podem ajudar a minimizar os efeitos da turbulência financeira. Diante da atual situação econômica dos EUA – nação onde a crise teve origem –, muitos países não estão dispostos a ouvir sermões dos americanos sobre como devem se comportar daqui para frente. |
Chávez entregou ao colega americano o livro "As Veias Abertas da América Latina"
Foto:
Matthew Cabanaugh, EFE