| 19/03/2009 18h01min
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou nesta quinta, dia 19, a liberação de mais uma variedade de algodão transgênico. A variedade, produzida pela Dow Agrosciences, ainda depende de concessão do registro junto ao Ministério da Agricultura para chegar ao mercado.
O algodão, chamado de widestrike, é resistente a insetos, e é a quarta variedade transgênica da cultura aprovada pela CTNBio. Até hoje 11 espécies geneticamente modificadas foram liberadas no Brasil: além de algodão, uma de soja e seis de milho. Para o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), ainda é pouco.
– Ainda é pouco, se comparado com outros países, mas 2009 promete ser um ano positivo, até mesmo com liberação de variedades brasileiras – afirma Alda Lerayer, diretora-executiva do CIB.
De acordo com o Conselho, a soja transgênica desenvolvida pela Embrapa já foi encaminhada para avaliação da CTNBio, e o feijão está em fase final de testes. Já a
liberação comercial do arroz transgênico
deve gerar polêmica – parte dos agricultores teme uma possível contaminação da planta convencional, a exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos. Em 2006 uma variedade inferior, o arroz vermelho, que tem pouco valor comercial, vazou do laboratório e entrou na cadeia por acidente, prejudicando as exportações para a Europa.
– O agricultor corre o risco de comprar semente e agrotóxico, e então a erva-daninha ficar resistente – alerta Rafael Cruz, coordenador da Campanha de Transgênicos do Greenpeace.
A Embrapa também questiona a liberação do arroz tolerante a herbicida por não haver benefícios da adoção desse tipo de tecnologia. Mas para os pesquisadores do CIB, apesar de existir o risco de contaminação, se o agricultor seguir as instruções do laboratório é raro um caso como o que aconteceu nos Estados Unidos.
– Para que a tecnologia seja mantida tem que fazer rotação de culturas, ter cuidados com o plantio – explica Alda Lerayer.
DANIELA CASTRO, BRASÍLIA | DF