| 16/02/2009 12h36min
Em janeiro, o Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 268,41/sc de 60 kg, avanço de 2,73% sobre a do mês anterior. A alta esteve atrelada a ganhos no mercado futuro e à valorização do dólar frente ao Real. Na bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato de arábica com vencimento em março/09 avançou significativos 10,4% de 05 a 30 de janeiro, cotado a 118,90 centavos de dólar por libra-peso no último dia 30. A moeda norte-americana reagiu 2,66% no mesmo período, cotada a R$ 2,315/US$ no dia 30 de janeiro. Neste cenário, o físico brasileiro esteve mais movimentado no decorrer do mês.
No que diz respeito ao arábica tipo 7 bebida rio, a maior demanda por parte de torrefadores e a oferta limitada elevaram as cotações deste grão no físico. Em janeiro, os grãos de melhor aspecto foram negociados entre R$ 210,00/sc e R$ 225,00/sc de 60 kg, dependendo da origem – em dezembro, este produto era negociado abaixo de R$ 200,00/sc.
Cerca de 75% da safra 2008/09 de arábica havia sido negociada até o final de janeiro nas regiões do Cerrado (MG), Zona da Mata (MG), Sul de Minas e noroeste do Paraná, conforme agentes do setor consultados pelo Cepea. No entanto, na primeira semana do ano, além da lentidão no mercado, como típico para o período, a volatilidade dos futuros limitou as negociações.
No decorrer de janeiro, apesar da tendência de produtores em se manter retraídos aguardando novos aumentos de preços, os patamares atingidos voltaram a estimular as negociações. Para os próximos meses, o principal fundamento altista é a menor produção de arábica na safra 2009/10, por conta da bienalidade negativa da cultura.
A expectativa de que esse fator eleve a cotação do café no mercado internacional tem reforçado a retração vendedora. Além disso, durante o mês de janeiro, o setor seguiu no aguardo de novas informações a respeito dos mecanismos que o governo deverá utilizar para garantir a remuneração de cafeicultores.
Entre os programas divulgados no dia 29 de janeiro pelo ministério da Agricultura (cinco no total), foi confirmada a realização de leilões de opções de venda. Através dessa operação, produtores poderão vender o café ao governo sob preço e data especificados antecipadamente – o valor e quantidade de sacas ainda deverão ser definidos. As opções de venda poderão proteger cafeicultores participantes contra quedas dos preços internos; por outro lado, a retração vendedora poderá ser maior caso a cotação do café no físico não ultrapasse o preço estipulado pelo governo.
Café conillon
Em janeiro, intensas chuvas dificultaram o transporte de café no Espírito Santo, sobretudo na primeira quinzena do mês, limitando o volume de robusta comercializado, conforme informações do Cepea. As precipitações verificadas em áreas produtoras, porém, não prejudicaram as lavouras locais. Ao contrário, foram suficientes para revitalizar as plantas e garantir o desenvolvimento dos grãos da safra 2009/10.
Dessa forma, espera-se que o grau de maturação e calibre ideais sejam atingidos a partir de abril, com a colheita da próxima temporada prevista por agentes para ser intensificada em maio. De acordo com colaboradores do Cepea, a expectativa é que o robusta capixaba apresente um bom rendimento na safra 2009/10, ao contrário do ocorrido na atual. Com o maior calibre, completar uma saca de 60 kg deve requerer menor quantidade de grãos.
Quanto à comercialização da safra atual (2008/09), apesar de não haver um levantamento oficial do volume a ser negociado, agentes do Espírito Santo estimam que, em armazéns locais, havia cerca de 2 milhões de sacas até o início de fevereiro – esse volume corresponde a pouco mais de 25% da produção capixaba da variedade.
Já em Rondônia, as vendas teriam ultrapassado 95% dos lotes – restando, assim, menos de 100 mil sacas para negociação. Devido à baixa disponibilidade do grão rondoniense, torrefadores nacionais que obtêm o produto seguem no aguardo da próxima safra, que começa a ser colhida em meados de março. Já com relação ao café capixaba, compradores acreditam que as ofertas podem aumentar em fevereiro, desde que os preços do grão sejam considerados remuneradores. Além disso, a expectativa de que a nova safra seja satisfatória no ES pode elevar as ofertas de vendedores – há o receio de que a proximidade da temporada 2009/10 pressione as cotações.
As cotações de robusta no mercado interno tiveram expressivas altas em janeiro. Para o tipo 7/8, a maior demanda por parte de torrefadoras garantiu a alta no decorrer do mês. Em relação ao tipo 6, destinado à exportação, negócios futuros envolvendo café da safra 2009/10 tiveram início, uma vez que a disponibilidade da safra 2008/09 é limitada. O volume desse tipo de negociação, porém, foi significativamente menor em relação ao mesmo período de 2008 - em janeiro deste ano, o total negociado foi equivalente a apenas 10% do volume de janeiro/08. A média mensal do Indicador Cepea/Esalq para o tipo 6 peneira 13 acima foi de
R$
225,43/sc, aumento de 2,87% sobre a de dezembro de 2008; a média do tipo 7/8 ficou em R$ 222,80/sc, avanço de 2,83% – a retirar no ES.