| 05/01/2009 06h36min
Três dias de chuva podem ter suavizado o efeito da estiagem nas lavouras de soja no Rio Grande do Sul. Com plantio atrasado devido à falta de umidade no solo ou crescimento mais lento do que o habitual, o cultivo é um dos poucos beneficiados pelo alívio no tempo seco que castiga 43 municípios gaúchos.
– Na região de Passo Fundo choveu bem, situação favorável para a soja. Nas áreas em que houve plantio recente na região noroeste, a semeadura tardia já determina perdas, mas chuvas regulares serão necessárias para recuperar parte do potencial de produção – explica Dirceu Gassen, gerente técnico da Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto.
Ainda é cedo para avaliar se houve benefício com a chuva do final de semana no caso das lavouras de milho. A situação, uma das mais preocupantes, permanece crítica.
– Para o milho, o impacto da estiagem é irreversível. Em poucas regiões onde o milho foi plantado mais tarde, pode ter havido algum favorecimento, mas ainda não sabemos avaliar – afirma o assistente técnico estadual da Emater Luiz Ataídes Jacobsen.
O técnico prevê que a produção do cereal deverá ficar abaixo das 5,3 milhões de toneladas previstas inicialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento. Nas áreas onde houve atraso na semeadura de soja, a confirmação da recuperação ainda depende, ressalva Gassen, de chuvas regulares até fevereiro. Neste mês, porém, a esperança é pequena, avisa Cléo Kuhn, da Central de Meteorologia:
– Vai chover abaixo da média e não estão previstos fenômenos climáticos.